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Padre Danillo Rossato (1932-2008)

1. Família e formação
Pe. Danillo faleceu silenciosamente no dia 10 de março de 2008, partindo deste mundo para a eternidade.
Danillo nasceu em Linha do Soturno, Município de Nova Palma, Rio Grande do Sul, no dia 24 de março de 1932. Era o primogênito dos treze filhos (oito mulheres e cinco homens) do casal Amélia Rosa Barbieri e Santo Francisco Rossato. A família, de agricultores, cultivava profundamente a fé, fortalecendo-se por meio da oração diária do terço. Rezavam especialmente pelas vocações sacerdotais e religiosas. Sempre que o padre celebrava missa, faziam questão de participar e mantinham uma intensa vida comunitária. Pe. Danillo relatava que sua vocação sacerdotal surgiu devido às orações de sua mãe, que intercedia fervorosamente pelas vocações.
Seus dois primeiros anos de estudo foram em Linha Soturno, Nova Palma. Em 27 de fevereiro de 1947, aos 14 anos, ingressou no Seminário Rainha dos Apóstolos, em Vale Vêneto - RS, levado por seu pai a cavalo. Entre 1947 e 1948, concluiu o Ensino Fundamental, e de 1949 a 1954, o Ensino Médio, ainda em Vale Vêneto. No seminário, destacava-se nos trabalhos manuais, no esporte e na cozinha durante os passeios da comunidade. Seus companheiros de formatura foram Armando Pezzerico, Ernesto Pradebom, João Wander Tonetto e Veríssimo Mânfio. Fez o Noviciado em Augusto Pestana - RS, de 1955 a 1956, sob a orientação do Pe. José Cancian.
Entre 1957 e 1958, iniciou os estudos de Filosofia no Seminário Maior em São João do Polêsine - RS, transferindo-se depois para Santa Maria - RS, onde cursou Teologia no Colégio Máximo Palotino de 1959 a 1964. Foi ordenado sacerdote em 24 de maio de 1964, em Vale Vêneto, pela imposição das mãos de Dom Alberto Trevisan, bispo palotino. Pe. Danillo foi o primeiro sacerdote ordenado por Dom Alberto e escolheu como lema de sua ordenação: “Porque o Pai e a Mãe do Céu me amam, hoje sou sacerdote para sempre”.
2. Apostolado
Após sua ordenação, Pe. Danillo continuou seus estudos de Teologia até julho de 1964. Em agosto do mesmo ano, foi para Augusto Pestana - RS, onde auxiliou Pe. Dorvalino Rubin, mestre do Noviciado, e colaborou nas atividades pastorais da paróquia.
De 1965 a 1971, trabalhou em Faxinal do Soturno - RS, onde funcionava um Seminário Menor. Atuou significativamente na formação de padres e seminaristas, equilibrando sua timidez com um profundo amor à missão. Em janeiro de 1972, participou de um Curso de Atualização no Colégio Máximo Palotino, o qual, segundo ele, lhe trouxe grande crescimento espiritual e pastoral. De julho de 1972 a dezembro de 1985, exerceu seu ministério na Paróquia Santo Antônio, em Iporã - PR, primeiro como vigário paroquial e, posteriormente, como pároco.
Em janeiro de 1986, sofreu um grave problema de saúde enquanto celebrava um casamento na Matriz de Iporã. Sentiu uma forte dor de cabeça e desmaiou. Levado ao hospital em Umuarama - PR, iniciou um período de recuperação entre Santa Maria e Iporã. Durante 1987, permaneceu em Porto Alegre - RS, no noviciado, em busca de restabelecimento. Quando recuperado, dizia que tinha mais para agradecer do que para pedir ao Senhor.
Fortalecido física e espiritualmente, em 1988 foi para a Paróquia São Pedro, em Perobal - PR, onde permaneceu até o final de 1993. Em 1994, retornou como vigário paroquial à Paróquia Santo Antônio, em Iporã, onde permaneceu até 6 de fevereiro de 2008, quando foi hospitalizado com fortes dores.
3. Enfermidade e morte
No dia 6 de fevereiro de 2008, após celebrar a missa da Quarta-Feira de Cinzas, Pe. Danillo foi levado para Cascavel - PR e internado no Hospital do Câncer UOPECAN. No dia 7, passou por uma cirurgia para retirada de um tumor na coluna, mas necessitou permanecer em tratamento intensivo.
O Pe. Ademar Luiz Fighera, Diretor do Noviciado, relatou que Pe. Danillo enfrentou a doença com silêncio e gratidão, jamais se lamentando. Apesar das dores intensas, submeteu-se a sessões de radioterapia e quimioterapia, mas seu estado se agravou. Na madrugada de 10 de março de 2008, veio a falecer no Noviciado Palotino, deixando um exemplo de oração e serenidade.
4. Celebração e sepultamento
A notícia de seu falecimento causou grande comoção entre familiares, confrades e amigos. Seu velório ocorreu no Santuário Santo Antônio, em Iporã, onde centenas de fiéis compareceram para a missa de despedida, presidida por Dom José Maria Maimone, bispo palotino emérito da Diocese de Umuarama, concelebrada por 38 padres e dois diáconos.
Dom Maimone destacou: “Nunca vi tanto povo reunido em Iporã. Isso mostra o quanto Pe. Danillo era amado e servia com dedicação”.
Seu corpo foi transportado para Vale Vêneto, onde uma nova celebração foi realizada na Igreja Corpo de Deus, reunindo familiares, confrades, seminaristas e amigos, marcando sua despedida definitiva.
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