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Notícias

13/07/2024 - In Memoriam

Irmão Isidoro Dalmolin (1923-2009)

 

1.  Nascimento e família

Isidoro João Dalmolin nasceu em São João do Polêsine (RS) no dia 23 de junho de 1923. Como era véspera da grande festa de São João Batista, com o nome de Isidoro ele recebeu também o de João. Seus pais era Felice Dalmolin e Clara Morlin, agricultores e religiosos assíduos.

Eles tiveram três filhos e oito filhas e Isidoro João Dalmolin o terceiro na família. Membro de uma família muito crista, ele teve como parentes cinco padres e dez religiosas e, certamente, deve muito sua vocação religiosa à sua família e aos parentes consagrados.

 2.  Formação palotina

Ele mesmo declarou que, aos doze anos, resolveu ser Irmão Palotino, a vocação que mais o atraiu. Não foi o latim que o levou a ser irmão, como aconteceu com outros vocacionados, mas o convite especial de Jesus Cristo e de sua Mãe Santíssima, e certamente também de São Vicente Pallotti.

Aos doze anos e meio, Isidoro João entrou no Seminário de Vale Vêneto (RS), em 25 de fevereiro de 1936, onde até o fim de 1938 fez seus estudos. Em 1939, foi para o Noviciado em São João do Polêsine (RS), que fora aberto em 1938. Lá continuou sua formação palotina e, em 1943, iniciou o seu noviciado sob a orientação do Pe. Agostinho Michelotti e certamente muito tocado pelo exemplo do grande Irmão Simão Michelotti (1878-1954). Em 02 de fevereiro de 1945, fez sua primeira consagração a Deus na fundação de Sao vicente Palotti e, em 02 de fevereiro de 1948, fez sua consagração perpétua.

 3.  Apostolado

O Irmão Isidoro João Dalmolin, em 1945, foi mandado para trabalhar no Patronato Antônio Alves Ramos, em Santa Maria (RS), para dirigir a tipografia. Durante um ano esteve em Cadeado (hoje Augusto Pestana - RS) no Noviciado dos Palotinos, acompanhando os candidatos a irmão. Em 1958, veio para o seminário de Vale Vêneto, onde permaneceu até o dia da sua morte.

Nesses seus 51 anos de vida e trabalho, em Vale Vêneto, deixou muitas e agradáveis marcas em todos os padres e alunos que lá estiveram, conviveram e trabalharam com ele. Ele era um irmão que amava a sua vocação e fez de sua vida uma ajuda humana e espiritual a todos os seminaristas, grandes e pequenos. Chamava a atenção de todos o seu espírito de oração, o seu amor à celebração eucarística, o seu amor à Rainha dos Apóstolos e a São Vicente Pallotti, o seu amor e respeito para com os padres e seminaristas.

Amava também o trabalho e procurava sempre fazê-lo bem. Amava e admirava a natureza, "engordava a terra" e ensinava os seminaristas a respeita-la e a servir-se bem dela. Notável era seu amor à horta, às parreiras, às abelhas. Ajudou também muitos colonos na apicultura e ofereceu muitas plantas enxertadas de parreiras e laranjeiras a várias famílias.

Na sua dedicação com a apicultura, como desenvolveu uma nova forma de produção de mel, com caixas diferenciadas, descreveu seu conhecimento publicando um livro sobre o assunto.

Tem-se como lembrança presente na memória de muitos confrades o Ir. Isidoro, sentado na entrada do Seminário Rainha dos Apóstolos, antes das refeições diárias, com o mata mosca, sempre feliz, saudando a todos que se aproximavam para partilhar algo.

Se ele era o amor dos padres e dos jovens do seminário, era também o amor do povo de Vale Vêneto. Ninguém receava aproximar-se dele, e ninguém deixou de ser ajudado por ele. Sua partida abriu um vazio entre o povo.

4.  Partida para outra vida

Nos últimos anos, o Ir. Isidoro foi sentindo a diminuição de suas forças. Foi deixando os trabalhos na horta, no pomar e também o cuidado das suas muito amadas abelhas. Gostava de ficar em casa, e suas caminhadas resumiam-se a ir à igreja matriz, para as celebrações eucarísticas semanais.

Manteve até o fim o seu amor à eucaristia, também no Seminário. Alegrava- se com a celebração eucarística diária, e seu grande prazer era buscar e colocar as hóstias consagradas no tabernáculo da capela. Foi metódico até o fim, junto com seus coirmãos avançados em anos.

Mas, parece que tinha consciência de estar chegando ao seu desenlace terreno. No dia 12 de julho, domingo à noite, estando na sala de recreio com seus coirmãos, num dado momento, ele disse ao Pe. Remígio Milanesi que gostaria de receber os santos óleos, pois não se sentia bem e dizia que estava caminhando para o fim. Pe. Remígio satisfez logo o seu desejo e o Irmão achou conveniente receber o sacramento no quarto, em vez de na sala de recreio. Recebia com muita devoção a Unção dos Enfermos. Ele passou a caminhar pelo corredor e a rezar o terço.

No dia 13 de manhã, na hora de sempre, levantou-se, esteve no banheiro e lavou-se, vestiu a camisa e acabou a sua vida sentado sobre a sua própria cama. Como não desceu para tomar o café da manhã, na hora de costume, a Irmã Teresinha Schneider (a Schwester) foi ao seu quarto e encontrou-o sentado sobre sua cama e inclinado sobre o travesseiro, já sem respiração. Assim foi o último momento do nosso querido Irmão Isidoro João Dalmolin.

A tarde do dia 13, devia começar o retiro dos Palotinos do Rio Grande do Sul, em Vale Vêneto, orientado pelo Pe. Aguinelo Burin. Com o falecimento do Ir. Isidoro, os confrades acompanharam os momentos celebrativos em honra ao irmão. O corpo do Ir. Isidoro foi velado na igreja matiz e, às 17h, houve a celebração eucarística com a participação dos padres e irmãos, de irmãs e sobrinhos do falecido Irmão e de bom número de pessoas de Vale Vêneto.

Após a celebração eucarística, presidida pelo Pe. Lino Baggio, o corpo foi sepultado no crescente Cemitério Palotino de Vale Vêneto. Que Deus lhe dê a vida eterna e o ressuscite no último dia!