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Padre Antônio Segatto (1926-2006)
Novamente, a morte marca presença na Provincia Nossa Senhora Conquistadora, conduzindo para o Reino definitivo mais um confrade. No dia 18 de dezembro de 2006, perdeu a vida, em grave acidente de carro, o Pe. Antônio Segatto.
Apresenta-se aqui a sua história, alguns fatos e momentos marcantes de sua vida, para que se mantenha viva na memória a vida deste estimado presbítero palotino.
1. Família
Antônio Segatto nasceu em Novo Treviso, então município de Cachoeira do Sul (RS) e atualmente localidade do município de Faxinal do Soturno, no dia 18 de janeiro de 1926. Era filho de João Segatto e Celestina Da Gios Segatto, os quais tiveram catorze filhos. Sua família era muito religiosa e cristã. Nela ocupavam um lugar especial a oração cotidiana, a reza diária do terço e a missa dominical.
Seus pais tinham grande estima pelos sacerdotes e desejavam muito ter um filho padre. Pode-se dizer que a vocação sacerdotal do Antônio nasceu e também cresceu na sua família. Foi também muito ajudado em sua vocação pelo bom clima vocacional existente na comunidade paroquial em que nasceu.
Dos vários momentos celebrativos, Pe. Antônio Segatto lembra como um grande impulso vocacional as missões populares pregadas pelos paires Celestino Trevisan e Rafael Pivetta, que davam grande destaque às vocações sacerdotais e religiosas.
2. Formação
Antônio Segato fez os estudos primários em Novo Treviso e os ginasiais em Vale Vêneto (RS). Fez o seu noviciado em cadeado, então distrito de Ijuí (RS), hoje Augusto Pestana. Fez todos os estudos de Filosofia e de Teologia no seminário maior de São João do Polêsine (RS).
Os estudos não foram muito fáceis para ele, em especial os de Filosofa e Teologia, todos em língua latina. Mas, com muito esforço e com muita confiança na ajuda especial de Deus, Antônio superou as dificuldades e preparou-se para receber e exercer, o ministério sacerdotal palotino.
Fez sua consagração na Provincia Nossa Senhora Conquistadora no dia 02 de fevereiro de 1950. Recebeu a ordenação sacerdotal em Sobradinho (RS), então paróquia palotina, juntamente com Aquiles Pio Redin, Olívio Cesca e José Guesti, no dia 18 de dezembro de 1955.
3. Apostolado
Seu trabalho pastoral foi quase sempre em paróquias do então Estado de Mato Grosso, na parte que é hoje Mato Grosso do Sul. Antes de ir para o Mato Grosso, trabalhou dois anos no Seminário Rainha dos Apóstolos, em Vale Vêneto. A partir de 1958 até o dia de sua morte, trabalhou sempre em paróquias palotinas sul-mato-grossenses.
A primeira paróquia em que atuou foi Amambaí, a primeira comunidade Palotina sul-mato-grossense, onde esteve durante 25 anos. Aquela paróquia era extensa e abrangia os atuais municípios de Iguatemi, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Eldorado, Sete Quedas e Tacuru. O seu trabalho não foi apenas na paróquia, mas também no Colégio de Amambaí.
O trabalho pastoral, naquela época, apresentava muitas dificuldades. Longe da família e também da comunidade central Palotina, num lugar onde não havia nada, não havia estradas, nem carros e nem ajuda missionária especial. O seu único meio de locomoção era o lombo da mula ou do cavalo. O calor do Mato Grosso era forte e, naquela época, os padres trajavam sempre uma batina preta e mais um guarda-pó, tanto no inverno como no verão. A comida era pobre e até insuficiente.
Além disso, as leis do jejum eucarístico eram um tormento. A partir da meia- noite, o padre não podia sequer tomar um copo de água para estar em condições de celebrar a Eucaristia que, muitas vezes, era depois do meio dia. Muitas vezes, portanto, doze horas em completo jejum. Dizia seu colega, o Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo, que às vezes se devia saciar a fome com uma espiga de milho verde ou com uma laranja encontrada campo afora.
Mas, apesar da dureza e da extensão do trabalho, Pe. Antônio Segatto muito se dedicou nos trabalhos pastorais na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Dourados, nas paróquias de Fátima do Sul e na Paróquia de Glória de Dourados. Trabalhou também por um tempo na diocese de Jardim (MS), lugar nada fácil, depois de uma boa idade, para começar de novo em novas terras e em novas paróquias. Passou também um tempo fora da comunidade palotina vivendo com famílias amigas.
4. Retorno e despedida
Pe. Antônio tinha resolvido, nesses últimos meses, retornar à comunidade e reintegrar-se nela. Já estava preparando o seu lugar, na Chácara São Vicente Pallotti, em Dourados, e já tinha transferido para lá boa parte dos seus pertences. Estaria junto com seu colega de ordenação, Aquiles Pio Redin, e com o Pe. Duvílio Antonini, com quem também trabalhou quando esteve em Dourados.
Mas, na manhã do dia 18 de dezembro de 2006, aniversário de sua ordenação sacerdotal, estava transportando as suas últimas coisas, quando, em Sanga Puitã (MS), perto de Ponta Porã, perdeu a vida num choque frontal com outro carro.
Pe. Antônio foi velado na Igreja matriz de Glória de Dourados, onde trabalhou nos últimos tempos. As 09h do dia 19 de dezembro, após missa presidida por Dom Redovino Rizzardi, bispo de Dourados, e concelebrada pelos coirmãos da região, com a presença de padres diocesanos e do povo, foi sepultado no cemitério local.
Agradecemos a Deus por tudo o que realizou na vida do Pe. Antônio e, através dele, na vida de tantas pessoas com quem conviveu e a quem serviu como um presbítero missionário palotino. Que o Reino dos céus seja a sua morada eterna!