Av. N. S. das Dores, 903 - Santa Maria - RS

(55) 3025-2277

(55) 3025-2266

Notícias

25/07/2024 - In Memoriam

Padre Justino Pivetta (1923-1956)

Nasceu em Vale Vêneto, aos 13 de abril de 1923, de pais muito piedosos. Aos 25 de fevereiro de 1935, ingressou no Colégio Santo Alberto, em Augusto Pestana, recentemente concluído e destinado, então, aos estudos primários dos seminaristas. Em 1942, aos 02 de fevereiro, vestiu o hábito da S.A.C. E, dois anos depois, fazia a primeira profissão religiosa.

Após ter concluído, com certas dificuldades, pela fraqueza das vistas, os estudos de Filosofia e Teologia, aos 18 de dezembro de 1949, recebeu a ordenação sacerdotal, em Caçapava do Sul - RS.

Seu profundo espírito sacerdotal atraiu logo a atenção dos superiores que o escalaram para educar os pré-seminaristas do Seminário São José, em Faxinal do Soturno, em 1951.

Nos anos de 1952, 53 e 54, passou a educar, como Diretor Espiritual, os seminaristas de Vale Vêneto. De sua atividade em Vale Vêneto, a Acta da S.A.C., de 15 de novembro de 1956, assim fala: "Exerceu o cargo de Diretor Espiritual com louvor e ótimos frutos"... E de sua personalidade ouvimos a observação de três de seus ex-alunos e dirigidos espirituais:

"Um padre como o Pe. Justino eu conheci poucos. Tive-o como um homem bem-equilibrado. Era um bom pai espiritual. Explicava mais do que exigia. Muito respeitoso. Tratava, com a maior delicadeza e espontaneidade, a qualquer um, embora "novato" e acanhado. Sabia ter autoridade. Era um homem seguro, tranquilo e acolhedor, como quem de fato se deu ao sacerdócio, e vive para os outros" (Dorli Signor).

"O Pe. Justino tinha uma personalidade heroica. Coração muito amável, e severo no cumprimento do dever. Muito piedoso e dotado de espírito de penitência. Como educador, era compreensivo e ouvia as queixas com muita tranquilidade. Tudo dava para seus educandos. Privava-se da própria comida. Era uma personalidade heroica, e tinha grandíssimo amor à Mãe Três Vezes Admirável" (Sibilo Paganotto).

"Sem ser temperamental, era dotado de um espírito enérgico e firme. Sob seu olhar, nada era feito sem esmero; dava o máximo na execução de qualquer trabalho. À retidão nas ações aliava a serenidade nas atitudes" (Luís Quaini)...

No ano de 1955, Pe. Justino trabalhou na Paróquia de Magalhães Bastos, no Rio de Janeiro, voltando no ano seguinte para exercer o importante cargo de Mestre de Noviços, em Augusto Pestana.

Por sua dedicação total, conquistou logo a simpatia dos noviços. A eles se referia durante a enfermidade. Temos conhecimento de como se dava conta da gravidade de sua doença através de uma carta que escrevia ao seu irmão Pe. Gervásio, aos 19 de junho do mesmo ano (1956), onde relata o seguinte:

“... de saúde estou um tanto abalado. O Dr. Jorge Westphalen, de Cruz Alta, me ordenou um tratamento bastante severo e pesado. Regime alimentício e dieta; cinco refeiçõezinhas, em hora marcada; comida à parte (por isso vou comer na canônica); injeções na veia, nos músculos, comprimidos, etc... Ficar deitado meia hora antes e duas horas depois das refeições. Assim que o meu dia de trabalho é bem curto. Já com 12 dias de tratamento, sinto-me um pouco melhor. Caso não melhorar, terei que pedir "baixa" do posto que me foi confiado... A Mãe deseja um pouco de sacrifício para o tesouro de graças".

Não lhe foi necessário, porém, pedir "baixa", pois aos 02 de julho partia, em busca de médicos, em Ijuí e, depois, em Cruz Alta. Os diagnósticos eram sombrios: úlcera aberta do estômago, ou mesmo câncer, com abundante hemorragia.

No dia 14 era levado para o Hospital de Caridade, em Santa Maria, a fim de buscar maiores recursos e favorecer aos familiares e parentes.

No lento e martirizante sofrimento, principalmente pelas contínuas hemorragias, exclamava: "Seja como Deus e a Mãezinha quiserem. Minha vida está nas mãos da Mãe e Rainha. Ela pode dispor de seu instrumento"...

Aproximava-se o dia do desenlace. Após haver beijado, repetidas vezes, o pequeno santuário da Mãe e Rainha, que tinha à cabeceira da cama e o levou à sepultura, exalou muito calmamente o último suspiro. Eram as 12h 15min do dia 25 de julho de 1956.

Durante a enfermidade, foi visitado três vezes pelo saudoso Dom Antônio Reis e quatro vezes por Dom Luís Victor Sartori, que esteve presente à morte. O mais fiel dos visitantes foi Pe. Azevedo, juntamente, é claro, com os confrades e familiares.

O cadáver do extinto foi transportado para Vale Vêneto e velado pelos seminaristas menores, durante a noite de 25 para 26, na Igreja Matriz.

À missa cantada e oficiada por três sacerdotes seguiu-se o solene e não menos comovente enterro no cemitério da povoação que o vira partir pequenino. Estiveram presentes 39 sacerdotes, todos os seminaristas da Província, incluídos os noviços, todos os familiares e demais parentes, seguidos de grande massa de povo conhecido e amigo.

Assim se extinguiu esta vida, toda ela dedicada a um apostolado fecundo e desabrochado sob o olhar da Mãe do Santuário, conforme expressão de seu "ideal pessoal": "Estar diligentemente contigo, ó Imaculada!". Pe. Justino tinha apenas 33 anos de idade e 06 de sacerdócio.

 

 Por Pe. Casimiro Facco, SAC