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Notícias

10/05/2025 - In Memoriam

Padre Pedro Clair Wegmann (1960-2021)

Estimados leitores do Informativo Palotino, nesta edição especial, apresento um pouco da vida e missão do Pe. Pedro Clair Wegmann, SAC que há poucos dias partiu para a Casa do Pai. Como nos diz São Paulo na segunda carta aos Coríntios, no capítulo cinco, versículo um: “ Sabemos que, se a nossa habitação terrestre, esta tenda em que vivemos, for dissolvida, possuímos uma casa que é obra de Deus, uma eterna morada nos céus, que não é feita pela mão humana.”

 Família, Infância e juventude

O Pe. Pedro Clair nasceu no dia 7 de janeiro de 1960, em Humaitá-RS. Neto de alemães que imigraram para o Brasil em consequência da Primeira Guerra Mundial. Filho de Antônio e Regina Maria Wegmann. É o sexto filho do casal numa série de dez. Na família recebeu uma boa educação, aprendeu o ofício de marceneiro, profissão do pai. Gostava de jogar futebol. O estudo inicial realizou na cidade de Humaitá, frequentando a Escola Divino Espírito Santo e depois a Escola Fernando Ferrari. Destaca que ambas escolas foram ótimas e gostou de nelas ter estudado. Aos 18 anos, como desejava ir ao quartel, alistou-se em Três Passos/RS, mas foi servir na cidade de Alegrete/RS. Estando no quartel, participava todos os finais de semana na missa, inclusive quando tinha plantão. Foi no quartel que tomou a firme decisão de ser padre. Chegou em casa e comunicou aos pais que no ano seguinte iria para o seminário. Estava trabalhando na marcenaria quando recebeu a visita do animador vocacional Pe. Albino Puntel, com o qual conversou bastante e recebeu o convite de ano seguinte ingressar no seminário.

Primeiros anos de Seminário

Entrou no Seminário Rainha dos Apóstolos, Vale Vêneto/RS no ano de 1981, com 21 anos. Inicialmente se assustou do local e logo pensou em ir embora, mas depois de uma boa conversa com o Pe. Albino Puntel resolveu ficar e fazer uma experiência. Era para cursar o terceiro ano Ginasial, mas como teria que fazer muitas adaptações, optou por refazer o segundo ano. Relata que em Vale Vêneto foram dois anos que deixaram muita saudade. Cultivou muitas e boas amizades. Lembra que até fizeram uma greve com o objetivo de ter um ano a mais de estudos, para estudar línguas. Essa proposta se concretizou anos mais tarde com a criação do “propedêutico” em 1988.

Ano de Noviciado

No dia 2 de fevereiro de 1985 fez o noviciado em Llavallol, Argentina, sendo acompanhado pelos padres Erno Aloísio Schlindwein e Konrado Mirke. Destaca que “a convivência entre nós foi algo extraordinário e o nosso grupo estava muito unido.” Durante o ano conheceram as paróquias palotinas de Córdoba, Mar del Plata e Buenos Aires.

Estágio Pastoral

O ano de estágio pastoral aconteceu em 1988, na Gleba Novo Horizonte, atualmente município de Novo Horizonte do Sul/MS. O Pe. Pedro destaca que foi uma experiência extraordinária. Aprendeu como organizar grupos, como cuidar das finanças, como trabalhar com um povo sofrido, onde a maioria das coisas faltava. Fundaram 18 comunidades. Trabalhou junto com o Roque Klafke, atualmente padre da Diocese de Novo Hamburgo/RS. Também havia uma comunidade das Irmãs de São José de Chamberry. Nunca esqueceu essa boa experiência pastoral que realizou. Depois de alguns anos pode retornar lá e ver com felicidade a bela cidade que se formou, onde antes tudo era mato e lamaçal.

Ordenação Presbiteral

Após ter realizado o curso integrado de Filosofia e Teologia no Colégio Máximo Palotino em Santa Maria/RS foi ordenado presbítero no dia 30 de dezembro de 1990, por Dom Bruno Maldaner, Bispo Diocesano de Frederico Westphalen/RS. No ano da ordenação presbiteral, estava em Manaus como diácono e atuava no Santuário Nossa Senhora de Fátima juntamente com os padres Celestino Ceretta, Paulo Alécio Engerroff e Antônio Dalla Costa. No mês de setembro retornou para o sul, pois sua mãe estava muito doente. Os familiares pediam que antecipasse a ordenação para ela poder participar, porém a resposta do Pe. Pedro foi “se Deus quiser que ela esteja, ela vai estar.” A mãe ajudou a preparar a festa de ordenação, participou dela e depois de três meses veio a falecer vítima de um câncer. Estiveram presentes na ordenação 36 padres. O Pe. Pedro ficou muito feliz com a presença de tantos padres.

Trabalho Pastoral

O Padre Pedro atuou pastoralmente como vigário paroquial em 1991 e 1992 na Paróquia São Joaquim, Verê/PR. Em 1993 foi vigário paroquial na Paróquia São Francisco, Ariquemes/RO e de 1994 a 1999, vigário paroquial na Paróquia São Luiz Gonzaga, Porto Velho/RO. Nos anos de 2000 até a primeira metade de 2005 foi pároco da Paróquia São João Batista, Santo Augusto/RS. Na segunda metade de 2005 atuou como vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Porto Alegre/RS, onde também fez o mestrado em Teologia Bíblica. Nos anos de 2006 e 2007 atuou como pároco da Paróquia Corpo de Deus, Vale Vêneto/RS. A partir 2008 até 2021 atuou na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul. Primeiramente como pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (2008 a 2014). Na sequência, no dia 22 de novembro de 2014 foi nomeado como o primeiro pároco da nova Paróquia Santo Elias. As maiores alegrias estão relacionadas ao trabalho com as coordenações das comunidades. Um trabalho feito em conjunto e bem organizado seja a nível espiritual como material ou social.

O seu último local de trabalho foi a Paróquia Santo Elias, Dourados, criada no final de 2014. Destaca que aí se ocupou em organizar as Pastorais e Movimentos, dando destaque a Pastoral do Dízimo. Também se ocupou da formação de lideranças e na visita às famílias. Sentia-se muito feliz, pois tinha um povo simples, acolhedor e cheio de esperança.

Mensagem

Na celebração do Jubileu de Prata como presbítero agradeceu a Deus por ter chamado para este ministério. Escreve: “ Sou uma pessoa fraca e incapaz, mas ao mesmo tempo, tento me esforçar para não o decepcionar. Fico agradecido pelos padres e irmãos palotinos que me receberam com muita gratidão, para ser palotino. O meu ministério sempre foi muito dependente de Cristo, pois sem Ele não teria superado tantos desafios que a mim couberam. Como palotino amo o que faço.”

Doença, morte e sepultamento

O Pe. Pedro no dia 29 de abril de 2021, estando em Humaitá/RS na casa dos familiares depois de ter feito o teste, diagnosticou que estava com a covid-19. No dia seguinte sentiu falta de ar e foi até Tenente Portela/RS fazer uma tomografia dos pulmões e retornou para o Hospital de Humaitá. Foi constatado que 50% dos pulmões estavam infeccionados. Na segunda-feira, 3 de maio, o médico que o acompanhava em Humaitá decidiu interná-lo numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), no Hospital Dom Bosco, em Santa Rosa/RS, pois o quadro estava se agravando. Na UTI não necessitou ser entubado. No decorrer da semana começou a apresentar sinais de melhoras. Quando já apresentava bons sinais de melhoras e podia ficar sentado, uma embolia pulmonar provocou uma parada cardiorrespiratória e o levou a morte, no dia 10 de maio de 2021, às 16h50min. O Pe. Pedro foi sepultado junto ao túmulo dos seus pais em Humaitá/RS. A vigilância sanitária não permitiu que se realizasse velório e missa de exéquias. O seu sepultamento foi com a presença dos familiares e dos Padres Cesar dos Santos, Jadir Zaro, Clesio Facco e Aldoir Picua (Pároco da Paróquia Santa Cecília de Humaitá), no 11 de maio de 2021, às 7h30min, no Cemitério Municipal de Humaitá. O Pe. Clesio presidiu a Celebração da Palavra e também recordou a história de vida e trabalho do Pe. Pedro Clair Wegmann, SAC.

  

Pe. Clesio Facco, SAC