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12/09/2024 - In Memoriam

Padre Roberto Fulco do Nascimento (1921-2003)

Pe. Roberto faleceu após quase um mês internado no Hospital Evangélico de Dourados, no dia 12 de setembro de 2003, às 11 horas da manhã, aos 82 anos de idade, 59 anos de vida consagrada palotina, 54 anos de padre, dos quais 44 vividos no Mato Grosso do Sul.

 1.  Família

Ele nasceu em Caçapava do Sul (RS) aos 25 de Maio de 1921. Seu pai, Cariolano Luiz do Nascimento, era alfaiate de profissão. Pe. Roberto falava dele como "um homem de Igreja, que nunca perdia uma missa de domingo. Nos últimos anos, quando não estava com a agulha na mão, estava com o terço.

Sua mãe, Natarides Fulco do Nascimento, era também muito ligada à Igreja. O Pe. Roberto testemunha: "Conheci-a como zeladora da igreja Matriz de Caçapava do Sul, cuidando das alfaias e da limpeza, até quando a diabete lhe minava as forças". Tinha duas irmãs: Maria, nascida aos 13 de maio de 1920, e falecida em 1956, com 36 anos de idade, e Ana Glória, nascida aos 26 de outubro de 1922, irmã religiosa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora (Notre Dame).

Em Caçapava do Sul, o Pe. Roberto foi batizado, crismado, fez sua primeira comunhão; durante a sua infância, foi coroinha por seis anos. Nessa mesma comunidade, foi ordenado presbítero e rezou a sua primeira missa.

2.  Vocação

Após a formação primária, que fez no Colégio Elementar de Caçapava, foi encaminhado ao seminário de Vale Vêneto, distrito de São João do Polêsine (RS), pelo Pe. Júlio Martin. Ingressou aos 02 de março de 1937. De 1937 a 1941, cursou o ginásio.

A 02 de fevereiro de 1942, ingressou no Noviciado, em São João do Polêsine (RS), tendo como mestre o Pe. Agostinho Michelotti. Também em Polêsine cursou, de 1943 a 1945, Filosofia. Terminado o curso de Filosofia, foi designado para lecionar por um ano em Vale Vêneto. Em 1947, foi para São Leopoldo (RS), onde cursou o primeiro ano de Teologia, que continuou, de 1948 a 1950, em São João do Polêsine.

Foi ordenado pelas mãos de Dom Antônio Reis, em Caçapava do Sul, aos 18 de dezembro de 1949, junto com Justino Pivetta e Francisco Roggia.

 3.  Apostolado

Seu primeiro campo de trabalho foi, em 1951, a direção do Pensionato em Faxinal do Soturno (RS). De 1952 a 1954, os superiores o designaram para lecionar no Seminário Menor em Vale Vêneto, atuando também como coadjutor na paróquia. Em 1955, foi transferido para atender a então capela de Polêsine e, em 1956, retornou a Vale Vêneto atuando só na paróquia. Em 1957, foi designado capelão do Hospital de Caridade, em Santa Maria (RS).

Em princípios de 1959, partiu para o Mato Grosso do Sul (na época, Mato Grosso), onde permaneceu até sua morte. Inicialmente, foi designado para Vicentina, onde chegou no dia 24 de março de 1959, e permaneceu por dois anos junto com o Pe. José Daniel.

Em fevereiro de 1961, mudou-se para Glória de Dourados, onde fundou o Ginásio Sete de Setembro e foi prefeito da cidade de 1970 a 1972. Em 1° de agosto de 1973, voltou para Vicentina, onde permaneceu até a morte.

Em Vicentina, dedicou-se ao serviço paroquial e ao ensino na Escola Estadual Pe. José Daniel, onde foi também diretor de 1978 a 1986. A partir de 1986, dedicou-se ao Santuário Santa Terezinha, fundado em 1° de outubro de 1992. Devoto de Santa Terezinha, construiu o Santuário, onde morava e atendia muitas pessoas que o procuravam, também movidas pelo seu dom de acolher, escutar e pedir a Deus, por intercessão de Santa Terezinha, a cura.

Ao falar sobre a sua vida sacerdotal, Pe. Roberto dizia, citando Santa Terezinha: "Lanço à direita e à esquerda para minhas avezinhas, a boa semente que Deus coloca em minhas pequenas mãos. E depois tudo se processa como Ele permite. Algumas vezes, é como se eu não tivesse lançado nada; em outros momentos, constato algum bem, mas o bom Deus me diz: Lança, lança sempre sem te ocupares do resultado”. (S. Teresinha, no livro "Não Morro, Entro na Vida").

4.  Enfermidade

Havia vários anos, o Pe. Roberto vinha exigindo cuidados especiais de saúde. Safenado desde 1990, lutava com seus problemas cardíacos e circulatórios. Passou hospitalizado (13/08) em Dourados, com problemas circulatórios, Passou por duas cirurgias para retirada de coágulos na cabeça e não se recuperou mais.

Sempre acompanhado por suas irmãs, Ir. Ana Glória e Jane Beatriz (irmã de criação) e seu sobrinho, Lúcio Flávio, pelos confrades e por muitos amigos seus, foi perdendo as forças até que no dia 12 de setembro, uma sexta-feira, às 11 horas da manhã, faleceu.

5.  Sepultamento

Foi enterrado no dia 13 de setembro, em Vicentina (MS). Após um concorrido velório no interior do Santuário de Santa Terezinha, o corpo foi levado até a Igreja Rainha dos Apóstolos, que ficou pequena para acolher no seu interior a grande multidão que participou da Santa Missa, presidida por Dom Redovino Rizzardi, bispo de Dourados, e concelebrada por treze padres Palotinos da região.

Na homilia, inicialmente, o Pe. Amadeu Amadori fez um breve histórico da vida e dos 44 anos de serviços do Pe. Roberto, no MS: "Chegando em Vicentina e vendo a situação do povo, foi um grande orientador dos colonos, organizando-os em sindicatos. Em Glória de Dourados, além do trabalho de pároco, em 1963, fundou e dirigiu com muito esforço e sacrifício, o "Instituto 07 de Setembro" e também, por quatro anos, dirigiu os destinos do município. Em 1973, estabeleceu- se novamente em Vicentina onde, além do trabalho pastoral, foi professor e Diretor do Colégio Pe. José Daniel. Pe. Roberto foi uma pessoa de muita humildade nos trabalhos. Organizou e incentivou a devoção a Santa Terezinha, estabelecendo aqui seu santuário, cuja fama alcança outros estados. Sempre mostrou amor especial pelos doentes e sofredores, ministrando-lhes bênçãos de saúde. Que Deus lhe dê a recompensa eterna por todos seus trabalhos e lutas desta vida em bem do próximo".

A seguir, o bispo de Dourados, Dom Redovino, salientou o profundo zelo do Pe. Roberto, a sua incansável dedicação ao povo e seu exemplo de vida de oração, bem como a sua devoção a Santa Terezinha, devoção que, também segundo Dom Redovino, deve continuar a ser cultivada.

Em nome da comunidade de Vicentina, o professor Antônio M. de Barros, irmão do Pe. Augusto, salientou o trabalho do Pe. Roberto em Glória e Vicentina, toda a sua dedicação nos colégios, seja como professor, seja como diretor, e seu serviço ao povo. Conclamou toda a comunidade para que, em honra ao Pe. Roberto, todos se mantivessem unidos.

Após a missa, em cortejo, o corpo do Pe. Roberto foi levado ao cemitério de Vicentina e sepultado.

Deus seja louvado por todo o bem que realizou na vida do Pe. Roberto e, através dele, na vida de tantas pessoas.