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Notícias

20/08/2024 - In Memoriam

Padre Túlio Giacomini (1919-2010)

1.  Família

Pe. Túlio José Giacomini nasceu aos 22 de junho de 1919 num pequeno lugar chamado Linha da Glória, comunidade pertencente ao distrito de Vale Veneto, município de São João do Polêsine (RS). Neto de imigrantes italianos, ele era o sexto dos treze filhos do casal Eugênio Joaquim Giacomini e Pierina Daniel Giacomini.

Vale destacar que as famílias que residiam na Linha da Glória, que naquela época eram umas 25, alimentavam uma especial devoção a Maria. A Ela, edificaram uma capelinha e a veneraram sob o título de Nossa Senhora das Dores.

A sombra daquela capelinha e sob o manto protetor de Maria Santíssima, o pequeno Túlio recebeu e acalentou a vontade de ser padre. Aprendeu as primeiras letras e realizou seus primeiros estudos acadêmicos em Vale Vêneto como aluno externo do Colégio das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.

2.  Formação

Para prosseguir na busca do que desejava ser, no dia 19 de março de 1932, com doze anos de idade, ingressou no Seminário Rainha dos Apóstolos, em Vale Vêneto. Foi o início de uma longa caminhada, sempre sob o amparo e o olhar bondoso de Nossa Senhora das Dores. Em dezembro de 1937, ele concluiu o curso ginasial.

No dia 02 de fevereiro de 1938, em São João do Polêsine, iniciou o noviciado sob a orientação do mestre Pe. Agostinho Michelotti. Ele foi um dos primeiros noviços de São João do Polêsine. Fez a sua primeira consagração, no dia 02 de fevereiro de 1940, e inscreveu-se, definitivamente, na Sociedade do Apostolado Católico, através da consagração perpétua no dia 02 de fevereiro de 1943.

De 1939 a 1941, em São Leopoldo (RS), no Seminário Central, fez o curso de Filosofia. Por problemas de saúde, em 1942, interrompeu os estudos e permaneceu dando aulas no Seminário Central, onde concluiu o primeiro ano de Teologia.

Nos anos de 1944 e 1945, de novo com problemas de saúde, permaneceu no Seminário Maior em São João do Polêsine, onde fez dois anos de Teologia sob a orientação dos padres Rômulo Zanchi e Casimiro Tronco. Em 1946, voltou a São Leopoldo para concluir o Curso de Teologia.

Foi ordenado presbítero no dia 24 de novembro de 1946, em Arroio Grande, por Dom Antônio Reis, bispo de Santa Maria, junto com mais sete confrades palotinos: Sebastão Lovato, Francisco Cassol, Darci Fernandes, José Daniel, Alfredo Venturini, Artur Stefanello e Augusto Rossato.

Celebrou sua primeira Missa Solene no dia 08 de dezembro de 1946, em Vale Vêneto.

3.  Apostolado

Como jovem sacerdote, começou a trabalhar na paróquia São Jose, em Pejuçara (RS), hoje pertencente à Diocese de Cruz Alta, como coadjutor do pároco Pe. José Spönlein, SAC, em 1947. No início de 1948, por causa de sua saúde abalada, deixou Pejuçara e tornou-se Capelão no Hospital São Vicente de Paula, em Cruz Alta.

De janeiro a setembro de 1949, ele foi nomeado Diretor do Noviciado Santo Alberto, então Cadeado e hoje Augusto Pestana (RS), quando também foi nomeado Capelão do Hospital de Ijuí (RS). Em 1950, Dom Antônio Reis chamou-o para ocupar idêntico cargo, no Hospital de Caridade, em Santa Maria (RS), onde permaneceu até meados de 1952.

A partir do segundo semestre de 1952 até o final de 1953, trabalhou no Patronato Agrícola Antônio Alves Ramos, em Santa Maria, como vice-diretor e professor. Em 1954, esteve em taipava, no Rio de Janeiro, como Capelão da creche mantida pelas Irmãs Palotinas.

Voltou a Santa Maria no início de 1955 e, por alguns meses, residiu na casa de Saúde, como Capelão, quando foi nomeado professor no Seminário de Vale Vêneto. Do segundo semestre de 1956 até 1960, assumiu a coordenação da construção do Colégio Máximo Palotino, em Santa Maria. De lá em diante, o trabalho do Pe. Túlio mudou completamente a sua forma de atuar.

Em 1960, terminada a construção do Colégio Máximo Palotino, Foi nomeado Diretor da Livraria e Editora Pallotti, que tinha duas frentes: a Gráfica do Patronato e uma Livraria que estava localizada na Dr. Bozano.

No início de 1985, a fim de submeter-se a uma cirurgia, Pe. Túlio foi para São Paulo, no município de Vargem Grande Paulista, na companhia de sua mana Célia, onde deu assistência espiritual a quatro comunidades religiosas.

No final de 2006, esteve com familiares em Palotina. Desde fevereiro de 2007, para o devido acompanhamento médico e assistência à sua saúde, esteve residindo na comunidade do Patronato em Santa Maria.

 4.  Falecimento e despedida

No dia 20 de agosto de 2010, às 21h15min, com 91 anos de idade, entregou sua alma Àquele a quem serviu por setenta anos como consagrado e 64 anos como presbítero. Seu corpo, devidamente preparado e sacerdotalmente vestido, foi velado na Capela do Patronato Antônio Alves Ramos.

No dia 21 de agosto, às 14h30min, foi transladado até Vale Vêneto, onde, às 16h, houve celebração Eucarística presidida pelo Pe. Paulo Horing Filho, coordenador da Comunidade Regional de Santa Maria.

Não compete a nós fazermos um juízo sobre a pessoa e o trabalho realizado pelo Pe. Túlio. Deus leva em consideração até os nossos mínimos desejos e, por isso, esperamos que suas aspirações de padre tenham encontrado plena realização, graças ao amor infinito d'Aquele que nos amou e continua a amar-nos por primeiro.

Por ocasião da celebração de ação de graças pelos seus cinquenta anos de sacerdote, completados no dia 24 de novembro de 1996, Pe. Túlio assim se expressou:

“A Maria Santíssima, uma súplica: Nossa Senhora das Dores, vos me acompanhastes, com solicitude maternal, desde os albores de minha vocação sacerdotal até os cinquenta anos de ministro de vosso Filho Jesus. Continuai a abençoar-me e a conduzir-me, aclarando-me a peregrinação para o céu, em direção ao Divino Sol, na moldura linda de Vosso manto azul. Dirigi os meus passos com cuidado, nestes últimos anos de minha vida terrena; na Vossa bondade, guardai e iluminai todos aqueles que algo de bom receberam do meu ministério sacerdotal e pelos outros, que talvez eu não tenha edificado com minhas palavras e atitudes, intercedei, junto ao vosso Filho Jesus, para que conceda, a eles e a mim, o perdão e a misericórdia. Tudo espero de Vós, Senhora das Dores. Não serei confundido. Amém!"

Como comunidade palotina externa-se o sentimento de gratidão a Deus pela vocação e apostolado do confrade Pe. Túlio. Ao mesmo tempo, se oferece o Pe. Túlio a Deus na celebração eucarística, desejando o seu descanso na paz do Senhor.