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Notícias

07/04/2025 - In Memoriam

Pe. Osvaldo Viegas (1925–1997)

Falecimento e Esperança Pascal

Pe. Osvaldo Viegas faleceu no final da tarde do dia 7 de abril de 1997, no Hospital Santa Rita, em Porto Alegre (RS). Havia sido levado à capital no dia 24 de março, em plena Semana da Paixão do Senhor. Tendo celebrado, mesmo em seu leito de dor, a paixão de Cristo, Pe. Osvaldo celebrou também sua Páscoa — a passagem deste mundo para a casa do Pai, onde o Cristo lhe preparara uma morada especial.

Iluminados pela fé e esperança pascal, confiamos que Pe. Osvaldo agora se encontra na plenitude da vida prometida por Cristo àqueles que creem. Rogamos ao Senhor que complete nele a obra iniciada e o torne participante das promessas eternas. Sua partida ocorreu em tempo pascal, justamente no dia em que a Igreja celebra o anúncio da encarnação do Senhor a Maria — um sinal providente para alguém que foi tão devoto da Mãe de Deus.

Para preservar a memória deste nosso querido coirmão, recordamos sua trajetória de vida, marcada por fé, ciência, docência e dedicação pastoral.

1. Família e Formação

Osvaldo Viegas nasceu no dia 10 de novembro de 1925, no então quarto distrito de Cachoeira do Sul — hoje Restinga Seca —, próximo à Colônia Borges. Era filho de Laudelino Luiz Viegas e Júlia Ismênia Viegas. De origem humilde, cresceu em uma família rica em fé cristã.

Iniciou os estudos primários em sua terra natal e os concluiu em 1940 na Escola Coração de Maria, em Santa Maria. Ingressou no Seminário Menor Palotino, em Vale Vêneto, em 1941, cursando o ensino secundário até 1946. Embora matriculado na Escola Rainha dos Apóstolos, esteve em Cachoeira do Sul em 1946 para prestar o serviço militar.

Em 1947, fez o noviciado em Cadeado (hoje Augusto Pestana), sob a orientação dos padres Agostinho Michelotti, Benjamin Ragagnin, Sebastião Lovato e José Stefanello. Integrava o Curso Imaculada, juntamente com os padres José Pascoal Busato, Eduardo Dagiós, Sisto Trevisan, Hilário Cervo, José Giuliani, Félix Albino Pillon e Gentil Lorenzoni.

Entre 1948 e 1950, cursou Filosofia no Seminário Maior de São João do Polêsine, onde também estudou Teologia de 1948 a 1954. Foi ordenado sacerdote no dia 20 de dezembro de 1953, em Santa Maria, ao final do terceiro ano de Teologia.

2. Magistério e Vida Acadêmica

Após concluir os estudos teológicos, Pe. Osvaldo foi enviado a Porto Alegre para se preparar para o magistério. De 1955 a 1959 frequentou a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, especializando-se em Química. Obteve o grau de bacharel em 16 de dezembro de 1958 e o de licenciado em 19 de dezembro de 1959.

Durante esse período, residiu no Colégio Nossa Senhora do Rosário, atuando como auxiliar do capelão em 1959. Em sua trajetória docente, participou de diversos cursos de aperfeiçoamento, adquirindo notável domínio nas ciências exatas.

Iniciou sua carreira como professor de Química e Física em São João do Polêsine (1960–61), lecionando também Física no Colégio Sant’Ana, em Santa Maria, em 1962. No mesmo ano, foi nomeado professor de Química no Colégio Estadual Dom Antônio Reis, em Faxinal do Soturno, e no Colégio Estadual Manoel Ribas, onde lecionou até 1967. Posteriormente, foi cedido à Escola Rainha dos Apóstolos, em Vale Vêneto, onde também atuou como coordenador das disciplinas de Ciências até 1971.

A partir de 1965, lecionou no ensino superior. Foi professor fundador da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal de Santa Maria, onde atuou até sua aposentadoria, em 1982. Exerceu ainda as funções de Coordenador do Curso de Química e de professor de Prática de Ensino de Química. Ingressou como auxiliar de ensino e, em 1970, tornou-se professor assistente por concurso.

Pe. Osvaldo formou gerações de alunos, sendo lembrado por sua clareza, didática, humildade e proximidade com os estudantes. Foi mestre das ciências, mas também um educador da vida e da fé.

3. Ministério Pastoral

Embora seu ministério tenha se realizado sobretudo nas salas de aula, Pe. Osvaldo nunca deixou de viver intensamente sua vocação sacerdotal. Gostava de celebrar com as comunidades, servir como capelão em instituições religiosas e, acima de tudo, de ser pároco.

Desde 1982 até sua morte, foi pároco em Vale Vêneto. Considerava não haver oposição entre ser pastor e professor. Era alguém sempre pronto a servir — tanto no campo da ciência quanto no atendimento espiritual e pessoal, com especial atenção aos doentes.

Durante sua vida, integrou a comunidade do Colégio Máximo Palotino (até 1969), da Casa de Retiros (1970–1983) e, por fim, de Vale Vêneto.

4. Enfermidade e Morte

Desde os anos 1960, sua vida foi marcada pela dor. Sofreu de câncer de pele, que se espalhou pelo corpo, exigindo cirurgias em Porto Alegre e São Paulo. Conseguiu, contudo, recuperar-se e trabalhar por quase três décadas.

Sabendo da gravidade da doença, considerava um dom divino cada novo dia vivido. Expressou sua gratidão pela vida ao então Provincial, Pe. Lino Baggio, poucos dias antes de seu falecimento. Tinha esperança na cura, mas também fé na vida eterna.

Lucidamente, acolheu o momento final como entrada para uma vida nova e melhor. Sua vida, embora sofrida, foi profundamente abençoada.

5. Gratidão e Reconhecimento

Pe. Osvaldo foi um grande devoto de Maria. Confiamos que ela o acolheu com carinho e o conduziu ao Deus da misericórdia. Em nome da família palotina, expressamos sincera gratidão:

À sua família, especialmente pela presença constante nos momentos de sofrimento.

À senhorita Bernardete, pela generosa e contínua ajuda prestada.

Aos médicos, enfermeiros e, em especial, à senhora Valquíria, que o acompanhou por muito tempo em Porto Alegre.

Aos confrades da capital, que sempre o acolheram com carinho.

À comunidade do Seminário de Vale Vêneto, pelo apoio incondicional.

E a todos de Vale Vêneto, que valorizaram sua presença e missão, acompanhando-o com amor nos momentos mais difíceis.

Rezemos juntos pelo descanso eterno de Pe. Osvaldo Viegas, com a certeza de que ele já participa da luz e da paz de Deus.