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Ir. Carlos Moro (1928-1994)
Após uma longa enfermidade, que durou mais de seis anos, provocada por uma trombose cerebral, faleceu no dia 23 de janeiro último o Irmão Alberto Moro. Sua doença foi uma purificação, suportada resignadamente. Faleceu no patronato, em Santa Maria, para onde fora transferido, a fim de receber melhores cuidados, nos últimos meses de 1993.
Irmão Carlos nasceu no dia 19 de setembro de 1928, em Três Vendas, município de Restinga Seca, filho de Arcângelo e Joana Foletto Moro. Era o terceiro filho de uma família de 12 filhos. Outros três irmãos são religiosos: Pe. Isidoro, palotino atualmente em Guajará-Mirim (RO); Pe. Geraldo, diocesano, pároco em São Valentin (RS) e Irmã Teodolinda, das Irmãs de Maria de Schoenstatt.
Carlos entrou no seminário do Patronato, no ano de 1945, e depois foi transferido para Faxinal do Soturno, onde prestou sua ajuda na construção do ex-pré-seminário São José. No ano de 1949 fez seu noviciado em Augusto Pestana, junto com os colegas. Pe. José Pilon, Remígio Milanési, Eugênio Pozzobon e Bonfilho Soldera.
No ano de 1950 volta para o Patronato, onde trabalha na incipiente olaria e na encadernação. Durante três anos (1958-1960) esteve em Polêsine, onde funcionava o Curso Colegial. Em 1961 foi para o Colégio Máximo. Aqui se preocupou de diversas tarefas na casa e na horta, estudou filosofia, fez curso de avicultura e apicultura com os Irmãos Maristas e, com um grupo de seminaristas, fez um levantamento estatístico no Bairro Menino Jesus.
No ano se 1970 o vemos em Amanbai (MS), trabalhando na catequese com os índios. Ao regressar para o sul, foi novamente recebido no Colégio Máximo e aproveitou a oportunidade para frequentar o Curso de Pastoral e Catequese (IDPC). Transferido para a Casa de Retiros ocupou-se do cultivo da horta, seu hobby predileto, produzindo verdura para a casa, para os amigos e também para os pobres. Fabricou, durante muitos anos, o aperitivo "Flora do Mato Grosso” descoberto pelo falecido P. A. Bombassaro. E o dinheiro apurado era usado, sobretudo, para ajudar os pobres.
Irmão Carlos era uma pessoa de características incomuns. Sabia fazer amigos, a seu modo, mesmo usando palavras rudes. Tinha uma facilidade espantosa para opinar sobre todos e sobre tudo. Seu prazer era receber os amigos no "Santuário da Cultura" para os quais reservava um gostoso chimarrão, a famosa caipirinha e a mais divertida conversa. Em julho de 1987, estando em Natal (RN), em visita ao mano Vicente, sofreu uma trombose cerebral que mudou o rumo de sua vida. Seu corpo ficou semiparalisado e sua fala se reduziu a uns sussurros quase incompreensíveis.
Sua doença exigiu muitos cuidados do Dr. Juarez da Silva Lopes, enfermeiros, estudantes do Colégio Máximo e, sobretudo, da Anita Bernardy e da Donária, funcionárias da Casa de Retiros. Durante esses seis anos e meio de enfermidade nunca lhe faltou a atenção dos confrades e de alguns poucos e fiéis amigos. E de grande conforto espiritual foram as orações e o terço que todas as tardes o Pe. Valentin Zamberlan promovia, ultimamente acompanhado por Dom Alberto Trevisan, junto ao leito do enfermo.
No mês de outubro foi transferido para o Patronato a fim de receber melhor atendimento. Cercado do médico, enfermeira e confrades, faleceu às 20h do domingo, 23 de janeiro. Seu corpo foi enterrado no cemitério de Vale Vêneto.
Pe. Claudino Magro, SAC