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12/12/2024 - In Memoriam

Ir. Simão Michelotti (1878-1954)

Nasceu em Bento Gonçalves - RS, aos 06 de setembro de 1878. Filho primogênito do casal Félix e Amália Bortoluzzi.

Aos 15 anos transferiu-se, em companhia dos pais e irmãos, para o sertão, onde hoje é São João do Polêsine. Sua família foi a primeira que teve a ousadia de erguer uma casa naquele lugar pantanoso.

Simão, com 15 anos, sentiu o convite do Divino Mestre para servi-lo, na qualidade de irmão palotino. Em 1895 vestiu o hábito da S.A.C. e começou o Noviciado, que se prolongou por dois anos. Sua primeira profissão foi feita aos 25 de março de 1897, em Tristeza (Porto Alegre).

Apenas entrara na S.A.C., já cargos de responsabilidade foram-lhe confiados. De 1897 a 1909, foi ecônomo, diretor da chácara, sacristão e porteiro do Colégio de Tristeza. Preparava pequenos e grandes para a Primeira Eucaristia.

De 1909 a 1914, exerceu os cargos de sacristão da Catedral de Santa Maria e secretário do pároco, Pe. Caetano Pagliuca. De 1914 a 1930, foi Prefeito de Disciplina dos alunos do Seminário de Vale Vêneto e zelador da chácara. Teve a honra de comandar a turma que abriu os caboucos para os alicerces do primeiro seminário palotino em terras brasileiras, em 1922.

De 1932 a 1938, ficou encarregado de organizar a criação de suínos e ovinos e o pomar do Patronato Agrícola Antônio Alves Ramos, em Santa Maria. De 1939 a 1944, trabalhou em São João do Polêsine, no pomar, horta e chácara do então Seminário Maior Palotino. Em 1945, ocupou-se com a chácara do Noviciado Santo Alberto, em Augusto Pestana-RS, ano do início de seu funcionamento como Noviciado.

Em 1946, voltou novamente para São João do Polêsine e ali ficou até a morte. Em 1951 foi submetido a uma cirurgia que o fez sofrer muito. Apesar da idade avançada e da saúde abalada, continuou em seu posto de apicultor e fruticultor até os últimos meses de vida.

Na madrugada de 12 de dezembro de 1954, no próprio Seminário Maior de São João do Polêsine, faleceu santamente, com 76 anos de idade. Cercado por seminaristas maiores e assistido por seu sobrinho, Pe. Agostino Michelotti, recebeu com piedade e devoção os últimos sacramentos.

O enterro realizou-se no dia seguinte, no cemitério da Província, em Vale Vêneto. Acompanharam-no à sepultura grande massa de povo, todos os seminaristas maiores e menores e numerosos sacerdotes e irmãos.

Junto à sepultura falou o Pe. Dorvalino Rubin, enaltecendo as exímias virtudes do extinto. Era o Ir. Simão uma das colunas mestras em que se sustentava a Província Nossa Senhora Conquistadora.

Perguntado, certo dia, se nunca se arrependeu de ser irmão, respondeu: "A vida foi uma luta, mas procurei fazer tudo por amor a Deus". E dava este conselho: "Trabalhai e rezai; fazei tudo por amor de Deus e da Sociedade".

Durante 60 anos trabalhou pela Província. Sua vida, na verdade, foi consagrada totalmente a seu serviço. Pertenceu à primeira turma que emitiu a profissão religiosa como palotinos em terras brasileiras. Ir. Simão foi sempre um trabalhador incansável e, graças ao seu suor e dinamismo, vemos ainda hoje diversas de nossas casas cercadas de árvores frutíferas, hortas, jardins, colmeias, estábulos, fontes que enchem de forças a jovem geração, esperança da S.A.C. Ir. Simão foi um palotino exemplar em virtudes. Todos o respeitavam. Todos o amavam.

Por Wilson Cirolini