Na tarde do dia 15 de junho de 2024 fomos fazer uma visita aos restos mortais da primeira santa nascida na Argentina, na Basílica de Nossa Senhora da Piedade, no centro de Buenos Aires, Argentina. María Antonia de San José, nasceu em María Antonia de Paz y Figueroa (Santiago del Estero), no ano de 1730 e faleceu em Buenos Aires, no dia 7 de março de 1799. Ela foi uma consagrada leiga conhecida por obras de caridade, que carinhosamente era chamada de Mama Antula (Mãe Antônia). 

De uma família rica, mas que aos 15 anos decidiu dedicar sua vida a Deus. Naquela época, entre todas as congregações religiosas femininas existentes no país eram enclausuradas, e esta não era a forma de vida desejada por ela. Nessas circunstâncias, passou a usar uma roupa preta e a viver com outras mulheres numa pequena comunidade, orientada pelo padre jesuíta Gaspar Juarez. Essas mulheres ajudavam a educar as crianças, costuravam, bordavam, cuidavam dos doentes e distribuíam recursos aos necessitados. 

Para a época, as mulheres que faziam isso eram chamadas de “beatas”. Embora era frequentemente descrita como “freira”, a descrição mais adequada é a de leiga consagrada. Depois da expulsão dos jesuítas do Império Espanhol, em 1767, María Antonia se destacou por organizar exercícios espirituais na Argentina. Primeiramente em Santiago Del Estero e proximidades. Depois deslocou-se a pé até a capital, percorrendo cerca de 1.400 km, onde chegou em setembro de 1779. Durante a jornada, merece destaque o tempo que esteve em Córdoba. Esteve também durante um período em Montevidéu e Colônia, no Uruguai. 

Foi a grande incentivadora da construção de uma casa para exercícios espirituais, situada na Avenida Independência, considerado um edifício histórico em Buenos Aires. É considerada a promotora da devoção à São Caetano no país. Em 1791, foi escrita uma pequena obra sobre seu exemplo de vida, denominada: “El estandarte de la mujer fuerte”. Seus restos mortais estão sepultados na Basílica de la Piedad, em Buenos Aires. Em 1905, foi encaminhado à Santa Sé, o primeiro pedido para sua canonização. 

No ano de 2010, o Papa Bento XVI declarou Mama Antula “venerável” e em 2016 foi beatificada pelo Cardeal Angelo Amato. Sua intercessão foi considerada milagrosa na cura da Irmã Maria Rosa Vanina, da Congregação das Filhas do Divino Salvador, que se recuperou de coleciste aguda com choque séptico em 1904. 

Mama Antula foi canonizada pelo Papa Francisco em 11 de fevereiro de 2024, na Basílica de São Pedro, tornando-se a primeira santa nascida na Argentina.

Por Pe. Judinei Vanzeto, SAC