Notícias
Padre André Susin (1879-1902)
Nasceu em Caxias do Sul (Campo dos Bugres) - RS, aos 11 de julho de 1879, filho do casal de imigrantes italianos, vindos do Vêneto da Itália, Vicente Susin e Margarida Zucco. André era seu filho primogênito. Com onze para doze anos manifestou aos pais o desejo de ser padre palotino. De Caxias do Sul foi então encaminhado para Tristeza (Porto Alegre) e, a seu tempo, para Vale Vêneto, onde Pe. João Vogel abrira o "Piccolo Collegio Pallottino". Feitos aqui os primeiros estudos, André voltou à Tristeza para os estudos subsequentes.
Certo dia, ao voltar de um passeio pelas colônias, juntamente com os demais colegas, André começou a sentir falta de respiração, dores nas costas, amolação no corpo e falta de apetite. Levado ao médico, este constatou que André estava com os dois pulmões com pequenas cavernas
- caso perdido, doença incurável. Veio-lhe a tosse. Quando tossia, gemia muito. Apesar disso, com pequenas melhoras, foi continuando os estudos. As dores físicas e os sofrimentos espirituais, porém, começaram a tornar-se mais frequentes e fortes. A tosse era periódica, seguida de catarro purulento e sangue coagulado: todos sinais de câncer nos pulmões.
Os sofrimentos espirituais se deviam sobretudo porque André desejava ardentemente ser sacerdote e temia não poder realizar este sonho. Em suas orações, pedia à Nossa Senhora de Pompéia que lhe concedesse esta graça e a de rezar uma novena de missas.
A doença agravou-se de tal forma que os Superiores, embora André não tivesse concluído os estudos, pediram a Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão - Bispo de Porto Alegre - através de Dom Braga, recém-sagrado Bispo Auxiliar e amigo da família Susin, a ordenação antecipada de André.
Para alegria de todos, a licença foi concedida e André foi ordenado sacerdote aos 28 de setembro de 1902, na capelinha das Irmãs Carmelitas, em Porto Alegre. No nono dia, após a missa, foi vítima de forte crise pulmonar. Era o dia 07 de outubro. A Virgem Maria atendera o pedido do filho querido, e agora ele subiria o Calvário.
Por dois meses e dez dias, Pe. André, impossibilitado de rezar a santa missa, deveria completar sua missão de sacerdote e vítima, entre sofrimentos físicos e angústia da alma. Veio a falecer no dia 17 de dezembro de 1902, no Seminário de Tristeza. Pe. André foi um mártir. Esperava a morte com o sorriso nos lábios. Dizia: "A Mãe do Céu é a Estrela que sempre me guiou, e nos braços desta carinhosa Mãe me abandono. Ela virá buscar-me". Foi um sacerdote heroico em seus sofrimentos. Sua vida de sofrimentos lancinantes e contínuos foi uma verdadeira missão, a serviço de um grande ideal.
"Salvar almas através dos acontecimentos da vida, da conformidade com a vontade de Deus e dos sofrimentos" Quatro irmãs de Pe. André tornaram- se religiosas, entre elas Irmã Jacinta, que por muitos anos trabalhou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, em Vale Vêneto. Seu velho pai, Valentim, no final da vida, entrou para a Ordem dos Camaldulenses, em Caxias do Sul, cujo mosteiro mais tarde foi fechado e os monges voltaram à Itália, para onde foi também o pai de Pe. André.