1.  Introdução

Na dimensão da fé encontramos um sentido para a vida: viver é ser feliz servindo com alegria! Nesse sentido, diante da partida repentina do Pe. Arnaldo Giuliani SAC, as palavras de Jesus são reconfortantes: "Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus" (Mt 5,3).

 2.  Família

O Arnaldo nasceu no dia 6 de dezembro de 1932, no interior de Dona Francisca, na época município de Cachoeira do Sul (RS). Filho de Vergílio Giuliani e Etelviges Roggia, é o sexto filho, numa família de treze. Vários abraçaram a vida religiosa, sendo três padres palotinos (Mateus, José e Arnaldo) e três irmãs, duas Palotinas e uma do Imaculado Coração de Maria.

Referindo-se à família o Arnaldo escreve que "eram simples, religiosos e pequenos agricultores, também muito marcados pela doença."

 3.  Estudos, Vocação e Seminário

Iniciou os estudos primários em 1941 em Faxinal do Soturno (RS). Entrou no seminário palotino Rainha dos Apóstolos, de Vale Vêneto (RS), no dia 7 de fevereiro de 1946, onde durante sete anos fez os estudos ginasiais e colegiais. No ano de 1953 foi para Cadeado, hoje Augusto Pestana, onde fez o noviciado. Em 1954 iniciou o Curso de Filosofia, em São João do Polêsine (RS). Concluído o curso de Filosofia, foi para Santa Maria (RS), onde em 1959 iniciou o Curso de Teologia, concluindo-o em 1963.

Além dos cursos primário, ginásio, clássico, Filosofia e Teologia, fez o curso de Pedagogia, na atual Universidade Franciscana de Santa Maria (UFN). Estes dezoito anos foram interrompidos três vezes: um ano por doença e dois por estágios complementares.

Fez a sua primeira consagração a Deus através da Sociedade do Apostolado Católico (SAC) no dia 2 de fevereiro de 1956 e sua Consagração Perpétua no dia 2 de fevereiro de 1959.

4.  Ordenação e Atividades

A ordenação diaconal foi no dia 23 de maio de 1963, em Santa Maria (RS) e a sacerdotal aconteceu no dia 7 de julho de 1963, em São Gabriel (RS), por Dom Jose Gomes, bispo de Bagé, juntamente com os coirmãos Veríssimo Mânfio e Hugo Antes. A primeira missa solene foi em Faxinal do Soturno (RS), no dia 14 de julho de 1963.

Os dez primeiros anos foram dedicados à formação. Os nove primeiros em Vale Vêneto foi responsável pela disciplina, trabalhos e lazer, orientador espiritual, bem como respondeu pela direção e economia, sem nunca ter deixado as aulas de Latim e Grego. O último, em Porto Alegre, no Colégio Pallotti.

De 1974 a 1981 trabalhou como auxiliar do Ecônomo da Sociedade Vicente Pallotti. Este desafio levou-o, em 1974, a frequentar o Curso de Administração de Empresas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Neste período residiu na Casa de Retiros.

De 1984 a 1986 foi Reitor Provincial. Depois passou a residir e trabalhar no Patronato como responsável pela vida e atividades desse complexo.

De 1995 a 2009 foi transferido para Porto Alegre a fim de assumir a paróquia São Vicente Pallotti e o Colégio Vicente Pallotti. O colégio, no período de maior florescimento, contou com aproximadamente mil e quinhentos alunos.

Neste tempo em que esteve na paróquia melhorou a catequese, a liturgia e a ação social, como também a infraestrutura.

Em fevereiro de 2010 passou a residir e auxiliar na Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Santa Maria (RS). Neste mesmo ano, a partir de junho iniciou suas atividades como assistente religioso no Hospital de Caridade de Santa Maria (RS).

 5.  Mensagem que nos deixou

"Assim como um provérbio de Einstein, mesmo que digam que não existem milagres, para mim tudo é milagre. É só fazer o pouco que está ao seu alcance. Deus é menos exigente do que somos uns com os outros. As dificuldades são oportunidades de crescimento e não castigo de Deus. Se eu não enfrentasse dificuldades até chegar à ordenação, não teria feito tudo o que fiz." (Entrevista ao Jornal Diário de Santa Maria - 16 de maio de 2019).

 6.  Rumo à Casa do Pai

Domingo, na madrugada de 16 de agosto de 2020, veio a falecer repentinamente, enquanto dormia no seu quarto na Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora das Dores, em Santa Maria (RS). Fez as suas atividades apostólicas normalmente até o dia anterior, inclusive celebrando a missa para a Comunidade São Marcos, às 18h.

O Pe. Arnaldo foi um homem muito dedicado e zeloso no trabalho pastoral. Nunca deixava de atender as confissões e os doentes. Seus últimos anos foram marcados pelo atendimento no Hospital, o qual fazia de forma incansável. Numa entrevista ao Jornal Diário declarou que: "todos os dias visito os pacientes não apenas para catequizar, mas para levar alegria. Meu maior apostolado é o testemunho." (Entrevista ao Jornal Diário de Santa Maria - 16 de maio de 2019).

Partiu para a Casa do Pai aos 87 anos e alguns meses, dos quais 64 de vida consagrada e 57 de ordenação presbiteral.

Obrigado Senhor pela vida e testemunho do Pe. Arnaldo Giuliani! Especialmente pelo seu sim, pelo seu amor à vocação e pela sua presença.

Devido à pandemia do ‘novo corona vírus Covid-19’, somos orientados a seguir as determinações da secretaria estadual e municipal de saúde, ou seja, velório breve, não mais que quatro horas.

Durante o velório, a missa e o sepultamento muitos familiares e amigos vieram se despedir do Padre Arnaldo. O Arcebispo Metropolitano de Santa Maria se fez presente dirigindo sua mensagem de esperança e fazendo um momento de oração.

No dia 16 de agosto de 2020, a missa de exéquias às 15h na Igreja Nossa Senhora das Dores foi presidida pelo Pe. Clesio Facco, Reitor Provincial. O Pe. Erno A. Schlindwein, pároco e colega de trabalho do Pe. Arnaldo, dirigiu a todos uma mensagem de fé e conforto.

O Pe. Xiko Bianchin fez a oração de despedida. Vários padres concelebraram. Também havia padres da Arquidiocese de Santa Maria, diáconos, seminaristas, irmãs religiosas de diversas congregações. O seu sepultamento aconteceu às 17h 30min no Cemitério dos Padres e Irmãos Palotinos em Vale Vêneto (RS).