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21/09/2024 - In Memoriam

Padre Arthur Stefanello (1920-1980)

Arthur Stefanello, filho de Vitório e Elisa Brondani Stefanello, nasceu em Vale Vêneto, aos 16 de julho de 1920. Ainda menino, desperta para a vocação sacerdotal. Ingressa no Seminário Rainha dos Apóstolos, onde no Seminário, adestrando-se na lida da pequena impressora da revista Rainha dos Apóstolos, da qual, mais tarde, se torna, por um tempo, seu diretor.

Aos 12 de maio de 1939 ingressa no Noviciado, em Polêsine, recebendo os conhecimentos da vida religiosa e da congregação do então mestre, Pe. Agostinho Michelotti.

No Seminário Cristo Rei, em São Leopoldo, cursa os estudos de Filosofia e Teologia, preparando-se para em 24 de novembro de 1946 receber a ordenação sacerdotal, ministrada por Dom Antônio Reis, em Arroio Grande. Junto estavam os colegas e conterrâneos, padres Túlio Giacomini, Alfredo Venturini e José Daniel, que, dias após, entravam coroados de flores, em Vale Vêneto, para cantarem a sua primeira missa solene.

Começa seu ministério assumindo a direção da Tipografia e Livraria Editora Pallotti, no Patronato A. A. Ramos. De temperamento empreendedor, voa com seu motociclo, às vezes com acidentes quase fatais, incentivando a campanha da revista e construindo novos prédios para os alunos internos e melhorando as instalações da Tipografia. Sempre foi entusiasta pela boa imprensa. Em 1942 dirigiu a confecção do Anuário do Apostolado Católico, que os seminaristas saíam a vender nas férias. Em 1952 foi nomeado diretor do Patronato, cargo que desempenhou até 1957. Nessa época reorganizou a olaria, que forneceu os tijolos para a construção do Colégio Máxi-Em 1958 é transferido para Sobradinho, onde assume a direção do Ginásio Pio X e ajuda como coadjutor da paróquia. Participa da fundação da Rádio. Mas, sua permanência na cidade é breve, pois em 1959 assume a direção do Colégio Estadual ”Mãe de Deus”, e da Escola Técnica do comercio de Tupanciretã, residindo junto ao Hospital de Caridade Brasilina Terra, atendendo como capelão, até 1964.

Um depoimento da Sociedade de Tupanciretã dá-lhe o seguinte elogio, a respeito desses anos de diretor: "Sacerdote que honra a Igreja e dignifica o Magistério Público, tornou-se merecedor de nossa mais alta estima e gratidão pela sua brilhante e eficiente atuação em todo o tempo que esteve liderando o setor educacional, nesta localidade".

Em 1965, deixa a cidade de Tupanciretã, transferido a contragosto do povo e do Secretário de Educação, Dr. Ariosto Jaeger, que pedia sua permanência, em telegrama ao Provincial, e vai a Porto Alegre, como vigário cooperador da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, atendendo a Capela de São Vicente Pallotti. Também assume de capelão do Hospital de Clínicas Dr. Lazzarotto. Leciona, em Canoas, no Colégio Carlos Chagas. Em 1966 e 67 assume a direção do Ginásio Comercial anexo Irmão Pedro. Supresso o anexo, passou a assistente de direção do Colégio Comercial Irmão Pedro, cargo que ocupou até o fim da vida.

Em 1971 foi nomeado pela Direção Provincial, diretor do ginásio orientado para o trabalho, do Instituto Vicente Pallotti. Reanima-se com esta atitude de confiança dos superiores e escreve: "Agradeço a atenção que tiveram comigo. Agora parece que poderei desempenhar as funções para as quais fui enviado para cá. Aquilo que mais desejo em minha vida - lidar com a juventude. É verdade - sempre estou a lidar com os jovens, porém em campo alheio. Talvez agora se abram os horizontes e poderei retornar ao trabalho para que os palotinos fixem sua posição, também no campo educacional. Quantas vezes sonhei com isto."

Dia 18 de setembro, véspera de sua aposentadoria de professor, foi encontrado em seu quarto, inconsciente e com fortes convulsões. Internado no Hospital Lazzarotto, constataram que tinha sido acometido de meningite bronco-pneumocócica.

Os cuidados médicos foram ininterruptos, a assistência do hospital contínua, os confrades estiveram sempre atentos, mas nada conseguiu deter o agravamento da enfermidade. Passou sexta-feira e sábado em estado de coma, com fortes convulsões, e no domingo, na hora costumeira de sua missa no hospital, veio a falecer, acompanhado em orações pelas irmãs e o Pe. Bonfilho Soldera.

Transladado para a paróquia, houve missa de corpo presente na Igreja de São Vicente Pallotti e depois o corpo foi levado a Vale Vêneto, sua terra natal. Às 17h, com numerosos sacerdotes, Pe. Bonfilho Soldera presidiu a Concelebração por sua alma. Na homilia lembrou a misericórdia divina que tudo perdoa e nos prepara um lugar de felicidade eterna. Também leu o testamento, deixado anteriormente escrito. Seu colega, Pe. Túlio, deu-lhe a encomendação da Igreja.

Pe. Arthur deixou-nos seu testamento, que a par de confiar seus bens à Sociedade, oferece o perdão a todos e pede que seja perdoado. Sua inesperada partida nos lembra a frase do Salmista: "Minha alma tem sede de Deus vivo, quando o verei face a face?"
Pe. Ilvo S. Roratto, SAC