Notícias
Padre Isidoro José Moro (1926-2008)
No dia 19 de dezembro às 14h 10min, no Patronato Antônio Alves Ramos, em Santa Maria (RS), cessou a sua vida na terra o coirmão Pe. Isidoro José Moro. Ele estava no Noviciado, em Cascavel (RS), junto com os noviços e os padres Ademar Figuera e Aquiles Rubin.
No dia 11 de novembro de 2008, tombou fortemente no chão e, ferido, foi logo levado para o Hospital Nossa Senhora da Salete, em Cascavel. Esteve na UTI, até o dia 08 de dezembro, quando a deixou e foi levado para o quarto. No dia 14/08, ele deixou o hospital e retornou para o Noviciado, mas em muito débeis condições. No dia 17/12, numa ambulância, foi trazido para Santa Maria. Mas também seus bons cuidados em Santa Maria não venceram seu muito debilitado organismo.
1. Família
Isidoro José Moro nasceu no dia 22 de setembro de 1926 em Três Vendas, hoje município de São João do Polêsine (RS). Seu pai foi Arcângelo Gabriel Moro e sua mãe Joana Foletto Moro. Isidoro José foi o primeiro entre seus treze filhos: oito homens e cinco mulheres. Seu irmão Geraldo Moro é padre diocesano e seu falecido irmão Carlos foi Irmão Palotino. Sua irmã Theomaris é Irmã de Maria. Pe. Benjamin foi seu tio e Irmã Teodolinda, do Imaculado Coração de Maria, era sua tia.
2. Formação e trabalho como Irmão Palotino
Em 1938, com onze anos, ingressou na casa de noviciado em São João do Polêsine e lá completou seus estudos fundamentais.
Em 1941, como postulante palotino, foi transferido para o Patronato Antônio Alves Ramos, trabalhou na gráfica.
Em 1947, no Colégio Santo Alberto, em Cadeado (RS), hoje município Augusto Pestana, fez seus dois anos de noviciado como candidato a Irmão Palotino e, em 02 de fevereiro de 1948, fez sua primeira profissão religiosa como Irmão Palotino.
De 1949 até o fim de 1951, o irmão Isidoro Moro trabalhou no pré-seminário de Faxinal do Soturno (RS), junto com o falecido Irmão Ademar Rocha.
Em 1952, foi de novo transferido para o Patronato Antônio Alves Ramos, em Santa Maria, onde novamente trabalhou na gráfica, durante seis anos. Segundo ele, não foram anos fáceis. No final de 1958, sentiu uma crise vocacional muito forte. Participou de um acampamento com os filósofos e teólogos do Colégio Máximo Palotino, na Ilha do Mel, no Paraná, e, durante o acampamento, no meio de muita oração e reflexão, tomou a decisão de deixar de ser Irmão Palotino, como era sua primeira vocação.
3. Formação sacerdotal palotina
Nos anos de 1959-1961, ele fez o curso de Filosofia, no Colégio Máximo Palotino em Santa Maria. Conforme ele mesmo dizia, foram anos felizes, pois a Filosofia lhe abriu uma visão de mundo e consolidou sua vocação para o sacerdócio. Disse também que, desde menino, sentia a vocação sacerdotal. Em 1963, retornou a Cadeado (RS) para mais um ano de noviciado, como exigiam as normas das constituições.
De 1964 a 1967, no Colégio Máximo Palotino, fez um bom proveito do curso de Teologia.
No dia 02 de julho de 1967, em Porto Alegre (RS), foi ordenado padre, junto com o seu colega Clarindo Redin, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, por Dom José Ivo Lorscheiter, então bispo auxiliar de Porto Alegre.
4. Sua atuação sacerdotal
Muito ampla e nada fácil foi sua longa atuação sacerdotal. Pe. Isidoro Moro, em 1968, foi nomeado Vigário Cooperador na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Porto Alegre.
Em março de 1969, ele assumiu a Paróquia de Santa Cecília, em Humaitá (RS), onde também enfrentou vários problemas. Trabalhou ali até metade de 1971.
Na metade de 1971, foi transferido para Santa Maria, a fim de assumir a direção do Patronato Antônio Alves Ramos, que com urgência carecia de uma nova direção. Sem deixar a direção do Patronato, de 1974 a 1977 ele foi também membro do Conselho Provincial. Em 1975, também assumiu a direção da Revista Rainha. Foi, pois, reitor do Patronato e também diretor da Revista Rainha.
Em 1978, Pe. Isidoro Moro foi transferido para Porto Alegre, a fim de assumir a Direção da Revista Rainha que, no ano anterior, fora transferida para Porto Alegre. Junto com Ir. Reik Burin, participou também na direção da Gráfica Pallotti.
Em 1982, Pe. Isidoro Moro foi voluntariamente como missionário para Rondônia. Trabalhou em Colorado do Oeste desde o fim de março de 1982 até maio de 1983.
Em 12 de maio de 1983, Dom Geraldo Verdier, bispo da diocese de Guarajá- Mirim, quis que Pe. Isidoro fosse para aquela cidade e assumisse a direção da Rádio Educadora, cujo diretor tinha afundado a rádio e a confiança do bispo, deixando um enorme rombo financeiro.
Em outubro de 1986, também o arcebispo de Porto Velho (RO) chamou-o para que o socorresse, assumido as duas emissoras da Arquidiocese que, por causa de má administração, tinham falido. Pe. Isidoro contava que ficou em Porto Velho um mês inteiro e perdeu três quilos.
Fez o que era possível para que as emissoras voltassem a funcionar. Mesmo morando em Guajará-Mirim, cada mês ele devia passar uma semana na capital. Teve que fazer isto até 1994, quando conseguiu entregar ao bispo a direção.
De 1991 a 1992, foi construída e inaugurada a nova sede da Emissora, em Guajará-Mirim. A Rádio Educadora, em agosto de 1996, foi transformada em Fundação Dom Rey.
Durante 23 anos, Pe. Isidoro José Moro trabalhou, sempre e em tudo, não só na Rádio Educadora, mas também na paróquia e em capelas da diocese. Por motivos de cansaço e fragilidade da sua saúde, ainda que com dor e pesar, comunicou ao Bispo, Dom Geraldo Verdier, a sua decisão de vir para o Sul. Pela metade de 2006, Pe. Isidoro Moro escolheu estar no Noviciado São Vicente Pallotti, em Cascavel (PR).
Sua presença entre os noviciados foi muito positiva. Pe. Ademar Figuera, então mestre dos noviços, escreveu, no dia 17/12: "Nessetempo que esteve no Noviciado, o Pe. Isidoro foi sempre uma presença muito positiva, especialmente por seu jeito alegre e fraterno e pelo seu testemunho de oração e de pertença Palotina".
Pode-se dizer que onde o Pe. Isidoro Moro viveu e trabalhou deixou muita saudade. Vale a pena ler o que Dom Geraldo Verdier, com quem o Pe. Isidoro esteve 23 anos, disse na revista "Lettre d'Amazonie", n° 177:
"Querido padre Isidoro. Que saudades!
Não é fácil voltar uma página de 23 anos de vida fraterna partilhada, nem ver partir um amigo e colaborador tal como o Padre Isidoro José Moro, animador da comunidade do "Divino Espírito Santo", no Bairro São José, e diretor da rádio Educadora; duas missões vividas com um infatigável amor.
Na Rádio Educadora, o senhor teve que, ao longo de 23 anos de luta (certos bem difíceis no começo), reconstruir o que seu predecessor tinha destruído. Por meio de uma pequena rádio sempre ligada, mesmo no domingo, o senhor assegurou uma presença fiel junto à sua equipe.
A nossa casa perde um companheiro muito difícil de ser substituído. O senhor soube mostrar-se disponível e serviçal e nunca recusou um trabalho, quando solicitado. Não há dúvida, caro Pe. Isidoro, o senhor deixou um grande vazio e uma enorme saudade. Nós vamos tentar superá-la através do afeto que manteremos sempre com o Senhor, do contato regular e pelas orações que não faltarão...
Pessoalmente, todas as manhãs, na nossa pequena capela, terei presente aquele que, sem falha, durante mais de vinte anos, às 7h, era meu companheiro na reza das Laudes. Resta-nos agradecer a Deus pela sua pessoa maravilhosa com que nos ofereceu viver. Que o Espírito Santo ilumine seu novo percurso.
E que pela intercessão de Nossa Senhora do Seringueiro e de São Vicente Pallotti, continue a ser, no meio de seus irmãos palotinos, no Paraná, esse Padre fraternal, otimista, alegre e serviçal que sempre foi conosco!
Obrigado! Caro Padre Isidoro! Receba o abraço saudoso e muito caloroso de cada uma e de cada um de nós."
Quem conheceu o Pe. Isidoro Moro, não tem nenhuma dificuldade de confirmar o que o bispo sobre ele escreveu.
Junto com todos os seus familiares e também com todos os coirmãos e amigos, agradecemos a Deus pelo dom que o Pe. Isidoro foi para toda comunidade palotina, ao mesmo tempo, roga-se com confiança pelo seu descanso definitivo, na presença de Maria e São Vicente Pallotti na divina Casa Eterna!