Av. N. S. das Dores, 903 - Santa Maria - RS

(55) 3025-2277

(55) 3025-2266

Notícias

08/10/2024 - In Memoriam

Padre Luiz Vendrúscolo (1922-2000)

A manhã do dia 08 de outubro de 2000 foi marcada por mais uma perda de um confrade palotino, mas com a certeza de mais um filho no Reino do céu. Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo tinha sido submetido a uma cirurgia para instalação de pontes de safena e não resistiu, vindo a falecer dois dias após a cirurgia no Hospital das Clínicas em Porto Alegre (RS).

Nesse mesmo dia, foi transportado para a Igreja de São José, em Dona Francisca (RS), onde uma multidão incalculável de pessoas comovidas esteve junto de seu corpo, demonstrando o amor e a gratidão da comunidade pelo seu padre. As 17h, houve Celebração de Exéquias, com a presença de mais de trinta sacerdotes e muitos fiéis leigos. Em seguida, foi conduzido para o cemitério de Vale Vêneto, onde foi sepultado. Pe. Luiz contava 78 anos de idade e 52 de sacerdócio.

1.  Família e formação

Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo nasceu no dia 09 de março de 1922, Eu Novo Treviso, município de Faxinal do Soturno (RS). Era filho de Luiz e Regina Soldera Vendrúscolo. Era o oitavo de uma família de onze irmãos, dentre os quais a Ir. Josefina, religiosa pertencente à Congregação das irmãs do Imaculado Coração de Maria Ele ingressou no seminário de Auguro Pestana e, em 1936, fez o curso ginasial em Vale Vêneto (RS), De 1937 a 1941, fez o noviciado, a Filosofia em Polêsine, de 1942 a 1944, e a Teologia parte em São Leopoldo, com os jesuítas, e parte em Polêsine. Sua ordenação sacerdotal aconteceu no dia 22 de dezembro de 1948, em Cruz Alta.

2.  Apostolado

Inicialmente, exerceu o ministério sacerdotal como diretor da Pia Obra dos Cooperadores Palotinos (1949-1952). Contudo, assim que foi convidado, dedicou-se a muitos campos de missão, tendo sido missionário pioneiro no estado Mato Grosso (1954-1958). Em 1959, foi convidado a ser pároco da Paróquia de Dona Francisca (RS). No ano seguinte, foi para Magalhães Bastos (RJ) (1960-1962). Também foi auxiliar de mestre de noviços (1963). Em 1964, foi para Glória de Dourados (MT), onde permaneceu ate 1973. No ano seguinte voltou para o Rio Grande do Sul, trabalhando em Santo Augusto de 1974 até 1976, e em Pejuçara (RS), em 1977.

Em 1978, foi convidado a voltar para o Mato Grosso, para o município de Dourados (foi nesse período que a presente região passou a fazer parte do nosso Estado do Mato Grosso do Sul). Permaneceu em Dourados (MS) entre os anos de 1978 até 1982, dedicando-se principalmente à pastoral entre os índios. Saindo de Dourados, foi para Manaus (AM) em 1983.

Atuou também em Rondônia, nas paróquias de Cerejeiras, Alto Paraíso e Ariquemes (1984-1990), e em Cascavel (1991), como auxiliar de mestre de noviços. Contudo, entre os anos de 1992 e 1995, por mais uma vez foi para o município de Dourados (MS) e pela segunda vez para Manaus (AM) (1995- 1997).

Tendo completado seus 48 anos de sacerdócio, Pe. Luiz sentiu-se debilitado e foi a Santa Maria (RS) para tratamento de saúde. Durante os três últimos anos de vida terrena, dedicou-se ao trabalho apostólico em Dona Francisca (RS) na companhia do Pe. Osvaldo Cremonese e sob os cuidados de Rosa de Pellegrini.

 3.  Sentimentos de despedida

Se o nascimento traz alegria, a morte traz tristeza. O nascimento enriquece e intensifica a presença das pessoas, a morte a empobrece. Sempre que um amigo parte, sentimos um dilaceramento interior e sofremos um tremendo processo de empobrecimento e de esvaziamento.

A morte do Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo nos tornou mais pobres de forma profunda. Foi um confrade amigo e querido que partiu. Esse sentimento foi expresso pelo Pe. Francisco Bianchin na celebração de Exéquias ao afirmar: "coma morte do Pe. Luiz per emos um sinal de bondade e de simplicidade; perdemos o amigo dos pobres, dos dantes e dos idosos. Vamos sentir a falia desse homem de oração - continuava o Pe. Francisco - desse homem apaixonado pelas Missões, desse homem que encarnou tão profundamente o carisma de São Vicente Pallotti e o reproduziu tão bem em sua vida. Sentiremos falta desse homem que nos mostrou pela sua vida uma devoção tão linda e profunda a Maria Santíssima".

Ainda dizia o Pe. Francisco Bianchin, durante a homilia: "Um outro sentimento, perante o Pe. Luiz, é o de ação de graças. Ação de graças pelo privilégio de termos sido amigos dele e por termos convivido com ele, que foi um dom para a comunidade Palotina, passando-nos uma linda imagem de Deus. Ação de graças pelo testemunho missionário nas terras de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rondônia".

O Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo foi uma dessas pessoas sensíveis ao dom. Por isso, capaz de muita alegria. Ele se alegrava com todo o dom recebido. Para ele, tudo era dom: a vida humana, a vida cristã, a vida consagrada e, de modo particular, a vida sacerdotal. Ele se alegrava com tudo isso. Para ele, ser, viver e trabalhar como padre palotino era dom que reclamava agradecimento e ação de graças. Ele próprio, ao comemorar cinquenta anos de sacerdócio, em 1998, os definiu da seguinte forma: "Meu dom de caminhar 78 anos!".

Um terceiro sentimento perante o Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo, dizia o Pe. Francisco Bianchin, deve ser: "o sentimento de responsabilidade, sentindo-nos convidados a guardar sua herança, a guardar o ardor missionário que o impulsionou a dar a vida pelo Reino. Somos convidados a lembrar seus gestos de generosidade, sua atitude de disponibilidade e de pioneirismo missionário. Queira Deus possamos nós guardar o exemplo de amor a Vicente Pallotti e à União do Apostolado Católico”.

Tal era a disponibilidade e o espírito missionário presente na pessoa do Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo que, após a celebração do jubileu de ouro de sacerdócio, ele escreveu o seguinte: "Me sinto um tanto inativo, pois Deus me provou com uma doença prolongada, embora no passado tenha tido uma excelente saúde. Podia ter feito mais e por isso, seguidamente, lembranças e sombras querem perturbar-me e me acusam de omissões. Mas eu gostaria mesmo de ser um velho jovem e de poder ir para uma missão ad gentes, pois este é o espírito da Igreja!".

Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo não deixava de destacar que o fato da Província ter assumido a Missão em Moçambique, a provocava o seguinte sentimento: "o melhor presente para Jesus Cristo, o Apóstolo do eterno Pai, no limiar do terceiro milênio. Alegre-se também Vicente Pallotti que queria reavivar a fé, reacender a caridade e propagá-las em todas as nações. Parabéns à Província e muita oração pelo Projeto das Missões em Moçambique!".

4.  Conclusão

Que a vida, o testemunho e o rosto sereno deixado pelo Pe. Luiz Augustino Vendrúscolo, e presente na memória de todos os que o conheceram, façam crescer em todos a esperança de um reencontro.

Que o Pe. Luiz, estando na presença do Pai, seja um constante intercessor pelos missionários da Missão de Quissico, pelos seminaristas, irmãos, padres e por toda comunidade cristã que ele tanto amava.