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Padre Sisto Trevisan (1927-1978)
Morreu no dia 23 de dezembro de 1978, no Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro.
Pe. Sisto nasceu em Faxinal do Soturno, a 28 de março de 1927, sendo seus pais Jacob Trevisan, falecido, e Amábile Darós Trevisan. Fez os estudos secundários no Seminário de Vale Vêneto e os cursos de Filosofia e Teologia em São João do Polêsine, tendo recebido a ordenação sacerdotal a 20 de dezembro de 1953, na sua terra natal. Pe. Sisto tinha mais três irmãos sacerdotes: Dom Alberto, capelão no Hospital Central do Exército, no Rio; Pe. Bernardino, residente na Casa de Retiros, em Santa Maria, secretário provincial, professor de Teologia Moral no Colégio Máximo e integrante da equipe sacerdotal da Região Pastoral de Camobi, e Pe. Genésio, que exerce suas funções como sacerdote e professor em Faxinal do Soturno. Além disso, Pe. Sisto tinha três irmãs religiosas, pertencentes ao Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt.
No exercício de seu ministério sacerdotal inicialmente foi diretor e professor no Pensionato, em Faxinal do Soturno. Aí também atuou como auxiliar na Paróquia São Roque. Talentoso, escreveu para muitos jornais do Estado e foi representante no município do "Correio do Povo", "Jornal do Dia" e "Correio Rio-Grandense". No púlpito pregou com eloquência a palavra divina. Entrosou-se perfeitamente na vida da comunidade e dirigiu os movimentos da comunidade cristã, promoveu as famílias e participou das aspirações da juventude na fé e no esporte.
Em 1960 foi convidado pela direção provincial para ir aos Estados Unidos, a fim de colaborar no trabalho de evangelização. Lá trabalhou em diversos locais, como Hyattsville e Baltimore, mas foi sobretudo em Brooklyn, entre os porto-riquenhos, que ele dedicou com zelo sua vida à evangelização. Aprendeu com facilidade o inglês, adaptou-se ao sistema de vida dos americanos e já se propunha ficar em definitivo naquelas comunidades.
No início de 1978 começou a sentir fortes dores. Submetido a um tratamento intenso e, por fim, a 29 de junho de 1978, a uma operação, constatou-se estarem a bexiga e a próstata tomadas pelo câncer. Um mês após dava alta do hospital com grandes esperanças de recuperar-se e de poder continuar com seus trabalhos paroquiais. Mas, dentro de pouco tempo, constatou-se que o câncer não fora totalmente extirpado, senão que se propagara inclusive nos ossos. As dores tornaram-se insuportáveis e ele teve de ser hospitalizado novamente, onde permaneceu, sob a ação de calmantes, até 1º de dezembro, quando os médicos constataram que não havia mais possibilidade de cura.
Compreendendo a gravidade do mal, aceitou voltar para o Brasil. No dia 07 de dezembro, em companhia de seu irmão, Pe. Bernardino, viajou para o Rio, hospedando-se no Hospital Central do Exército, de que é capelão seu irmão Dom Alberto. A intenção primeira era somente recuperar-se da viagem e daí prosseguir para Santa Maria, mas acabou ficando mais uns dias. E foi justamente nesse entretempo que se intensificou o mal, deixando-o sem condições de viajar. Assim, em meio a intensíssimas dores e alguns momentos de tranquilidade, por efeito de tranquilizantes, celebrou o jubileu sacerdotal, dia 20, com missa concelebrada com seus irmãos Dom Alberto, Bernardino e Genésio, e com a presença de suas irmãs religiosas.
Depois, com momentos de lucidez, outros de devaneio, foi-se extinguindo essa luz fortificada ao longo de seis meses de sofrimento. E, no dia 23 de dezembro, às 9h, faleceu. As 16h do mesmo dia, após missa celebrada pelos seus três manos, foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, da Santa Casa de Misericórdia, popularmente chamado "Cemitério Caju", próximo ao início da ponte Rio-Niterói.
O longo período da doença levou o Pe. Sisto a um amadurecimento espiritual muito profundo. E ele soube aceitar o cálice amargo da dor com sentido apostólico, oferecendo generosamente seus sofrimentos pela Igreja, pelas obras palotinas e pelas pessoas que encontrou em sua vida.
Por Pe. João B. Quaini, SAC