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Padre Mateus Cassol (1922-1997)
No dia 08 de setembro de 1997, Festa da Natividade de Nossa Senhora, no Patronato Antônio Alves Ramos, em Santa Maria (RS), às 12h15min, faleceu Pe. Mateus Cassol (o Mateuzinho!), depois de mais um mês de sofrimento.
1. Família e formação
Ele nasceu no dia 07 de maio de 1922, em Novo Treviso, município de Faxinal do Soturno (RS), sendo o quarto filho da família de Vitório e Maria Carlet, entre 14 irmãos. Fez os primeiros estudos na Escola das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, em Novo Treviso. Sentindo-se chamado para o sacerdócio ministerial, ingressou no seminário Rainha dos Apóstolos, em Vale Vêneto (RS), em 1935. Nesse seminário, ele fez o curso ginasial, terminando-o no ano de 1941.
Conforme seu primo Pe. Antonio Soldera, companheiro de infância e de estudos, Pe. Mateus nunca teve boa saúde, problema que o acompanhou por toda a vida, o que, porém, não dificultou seu bom rendimento escolar. Era bom colega e bom conselheiro, sobretudo para seus primos mais jovens que seguiam o mesmo caminho, conforme testemunhou seu outro primo Pe. Pio José Soldera.
Pe. Mateus, em 1942, fez o ano de noviciado em São João do Polêsine (RS), sob a orientação de Pe. Agostinho Michelotti. Aí mesmo cursou filosofia. Em 1946, foi a São Leopoldo (RS), a fim de cursar Teologia no Seminário Maior dos Padres Jesuítas Imaculada Conceição. Foi ordenado sacerdote em Cruz Alta (RS) no dia 22 de dezembro de 1948.
2. Apostolado
Começou a desenvolver seu ministério sacerdotal em Faxinal do Soturno, onde esteve por três anos. De 1952 a 1954, integrou uma equipe missionária, tendo percorrido paróquias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, destacando-se por empolgada pregação graças à sua privilegiada voz, esmerada dicção e oratória bem trabalhada em seu período de formação, o que, aliás, fazia parte do currículo de estudos.
Nos anos seguintes, de 1955 a 1958, foi diretor no Pré-Seminário, em Faxinal do Soturno. Seus dirigentes salientam sua amabilidade e compreensão. De 1958 a 1963 foi Capelão e Diretor Espiritual dos Irmãos Maristas em SC.
No ano de 1964 foi designado para a paróquia São Roque, em Coronel Vivida (PR). Na comunidade, onde esteve até fins de 1969, trabalhou com muito afinco para a implantação e realização da Rádio São Vicente Pallotti, além do trabalho de Vigário Paroquial.
Em seguida, recebeu transferência para a Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Glória de Dourados (MS), onde esteve até 1977. Continuou a seguir, seu ministério na cidade de Cascavel (RS), por dez anos, isto é, de 1978 a 1988. Em Cascavel, juntamente com o Pe. Veríssimo Mânfio, organizou a Paróquia Rainha dos Apóstolos, recém-criada e, por isso, sem nenhuma estrutura, a não ser a capelinha de madeira.
Em 1989, foi transferido para Palotina (PR). Sentindo-se sem forças para prosseguir seu trabalho pastoral, retirou-se das atividades pastorais e passou a residir no Seminário Vicente Pallotti, em Palotina. De 1990 a 1992, apesar de sua saúde profundamente abalada pela doença, esteve à frente da comunidade paroquial de Perobal (PR), na Diocese de Umuarama (PR).
3. Doença
Sendo diabético, Pe. Mateus viveu os últimos anos de sua vida em constante cuidado médico. O caminho entre Cascavel e Santa Maria foi percorrido muitas vezes, devido à necessidade de tratamento. Em Palotina, a enfermidade se agravou, e o Pe. Mateus foi transferido rapidamente para Santa Maria. Assim pode buscar maiores recursos médicos e estar mais próximo da Província Palotina.
Passou a residir na comunidade do Patronato Antônio Alves Ramos, onde recebeu atenção especial, estando sob continua observação médica e aos cuidados dos confrades e das abnegadas irmãs Neusa e leda, juntamente com Olívia e Nelci, a prestimosa e carismática cozinheira.
4. Despedida e sepultamento
Como foi descrito anteriormente, Pe. Mateus (Mateuzinho) faleceu no dia 08 de setembro de 1997, no Patronato Antônio Alves Ramos, em Santa Maria (RS), às 12h15min. O seu sepultamento deu-se no dia seguinte no cemitério dos padres Palotinos, em Vale Vêneto, e contou com a presença de vinte confrades. A Celebração de despedida, na Igreja Matriz, foi presidida por seus primos PP. Antonio e Pio Soldera, que na homilia salientaram algumas características de Pe. Mateus, entre elas a fé, a disponibilidade (manifestada nos diferentes trabalhos pastorais exercidos) e o ardor na pregação da palavra de Deus. Estavam presentes também irmãos, irmãs, cunhadas, cunhados e muitos outros parentes, sobretudo sobrinhos.
Pe. Lino Baggio, Reitor Provincial da Província Nossa Senhora Conquistadora, ao concluir a leitura dos dados biográficos de Pe. Mateus, durante a Celebração Eucarística, acrescentou: "Ele (Pe. Mateus) nos diz, com certeza, que nestes momentos não estamos seguros de nós, mas certos de Deus, para quem vivemos; certos de sua fidelidade, de seu amor, de seu poder. Em relação ao mundo, não há mérito que o tempo não apague, se apagará jamais."
A encomendação e despedida, realizadas na igreja matriz de Vale Vêneto (RS), foram presididas por seu conterrâneo, colega de sacerdócio e íntimo amigo, Pe. Luiz A. Vendrúscolo.
As orações finais, "junto à sepultura", foram dirigidas pelo Pe. Casimiro Facco, que aos familiares dirigiu estas palavras: "Neste momento, estamos envolvidos pelos sentimentos de pêsames, mas certos de que continuaremos unidos na fé, nos laços de fraternidade que Pe. Mateus estabeleceu entre nós (os Palotinos) e todos os seus familiares."