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Notícias

19/10/2024 - In Memoriam

Padre Vendelino Marin (1929-1961)

Foi em Três Vendas, no município de Restinga Seca, que a 13 de novembro de 1929, veio à luz o Pe. Vendelino Pedro. Desde cedo herdou de seus pais, Carlos Marin e Amália Dalmolin, aquele fervor e aquela fé que mais tarde o impeliriam a lutar por Cristo.

Tinha ele onze anos de idade quando, atendendo ao chamado divino, decidiu-se a ingressar no Seminário de Vale Vêneto, onde, além de completar os últimos anos do curso primário, fez o secundário.

Intelectualmente, Pe. Vendelino não apresentava grandes capacidades. Quanto ao seu temperamento, ouçamos um dos seus ex-professores: "Pe. Vendelino era alegre, jovial e espontâneo. O sorriso que, continuamente, aflorava-lhe aos lábios, contava aos circunstantes a simplicidade que lhe ia no interior. A singeleza de sua pessoa, que não dava vaza à simulação nem a aversões, captava facilmente as amizades dos colegas. O defeito de Pe. Vendelino era que pecava por excessos de alegria. Defeito este que não levava a tomar a sério os atos comunitários mais sérios. Este modo de proceder levava-o a ser vítima de frequentes repreensões por parte dos superiores. E tanto excedeu-se sob este aspecto que, numa de suas férias, o diretor, insatisfeito com a atitude do aluno, resolveu dirigir uma carta aos pais, rogando-lhes que exortassem o filho a mudar de atitudes ou, senão, que impedissem seu retorno ao Seminário. Aconteceu, porém, que indo o próprio Pe. Vendelino ao correio, encontrou a carta, abriu-a e leu-a. Vendo tratar-se de sua própria pessoa, rasgou-a, não referindo nada aos pais. Findas as férias, Pe. Vendelino regressou ao Seminário como se nada houvesse sucedido. Não encontrando reação por parte dos superiores, lá permaneceu, continuando ainda sua vida seminarística. Este fato, contudo, fê-lo entrar na realidade da vida. Daí por diante passou a dirigir sua expansividade para o aperfeiçoamento de sua vocação. Esta expansividade, mais tarde, muito viria auxiliá-lo no desempenho de seu ministério"...

Findo o curso seminarístico no Seminário de Vale Vêneto, Pe. Vendelino passou para o Noviciado Santo Alberto, em Augusto Pestana, onde, no início de 1951, vestiu o hábito da S.A.C. Aqui, Pe. Vendelino demorou-se dois anos, fazendo o Noviciado e o primeiro de Filosofia.

Em 1953, já com a saúde um tanto abalada, foi para o Seminário Maior, em São João do Polêsine, permanecendo ali até 1955, concluindo os estudos filosóficos.

No fim desse ano a debilidade física constrangeu-o a repousar de seus estudos por um ano. Foi o ano de 1956. E de notar que, por motivo de saúde, Pe. Vendelino foi aconselhado pelos superiores a abandonar sua vocação. Porém, graças à Mãe de Deus, com tratamentos, conseguiu restabelecer-se o bastante para continuar na carreira escolhida.

Em 1957 voltou ao Seminário Maior para encetar os estudos teológicos. Em 1958, com a transferência do Seminário Maior de São João do Polêsine para Santa Maria, para lá passou Pe. Vendelino e aí se demorou até fins de 1960. Aos 03 de julho deste ano, com outros cinco colegas, recebeu das mãos de Dom Luís V. Sartori, na Catedral de Santa Maria, o presbiterato. Dias após, cantou sua primeira missa na Paróquia de Frederico Westphalen, onde residiam seus pais.

O primeiro campo apostólico de Pe. Vendelino foi a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Porto Alegre, em substituição ao Pároco da mesma, que se ausentara um mês. De Porto Alegre foi a Cruz Alta, na paróquia, mas por poucos dias. Antes de obter um cargo definitivo, chegou a ser Mestre dos Noviços, por apenas oito dias.

A missão permanente que coube ao Pe. Vendelino, porém, foi a Pia Obra dos Cooperadores Palotinos, missão esta que, um ano antes, ele confessara ser a mais árdua, por oferecer pouco ambiente familiar. Aceitou-a com dedicação e resignação. No carro de que se utilizava para visitar as famílias, afixou uma imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável. De seus lábios sorridentes se ouvia frequentemente: "Em meu Apostolado dos Cooperadores, Ela faz tudo. Eu sou o humilde instrumento que a leva pelas famílias". A um confrade ele disse que transformara o Jeep em um santuário, dentro do qual se considerava abrigado em suas viagens.

Quase cada vez que voltava de uma viagem, ia ter com seu diretor espiritual para uma entrevista espiritual. Em sua missão, já tinha percorrido diversas cidades e vilas do interior gaúcho, chegando a deslocar-se até o vizinho Estado de Santa Catarina. No fim deste tempo, empreendeu uma viagem pelo Mato Grosso do Sul, chegando novamente até Santa Catarina.

Daí resolveu voltar até Frederico Westphalen, onde demorou-se uns dias em casa dos pais. Dirigiu-se depois a São Martinho - RS. Aqui foi tolhido de uma grave doença e recolhido imediatamente ao Hospital de Caridade da cidade. A doença do fígado, porém, era tão grave que o prostrou dentro de oito dias. Assim, a 20 de outubro de 1961, veio a falecer, em São Martinho, Pe. Vendelino Marin, depois de 17 meses incompletos de sacerdócio e 32 anos incompletos de idade. Seu enterro processou-se no cemitério daquela localidade. Sua prematura e inesperada morte foi acolhida com grande pesar por todos os padres e irmãos da Província Nossa Senhora Conquistadora.