O paleontólogo Voltaire Dutra Paes Neto, bacharel em Ciências Biológicas, doutor em Paleontologia e pesquisador visitante na UNIPAMPA, São Gabriel-RS, atualmente realiza seu pós-doutorado no Museu Nacional, Rio de Janeiro-RJ. Recentemente, em colaboração com a Dra. Arielli Machado, desenvolve parte de uma pesquisa científica baseada nos fósseis da coleção paleontológica do Museu Vicente Pallotti, em Santa Maria-RS. Junto com Danielli Sanches, curadora do museu, essa pesquisa proporcionou uma profunda revisão taxonômica dos fósseis, além de sua completa digitalização e organização.

O Brasil e a Argentina possuem um registro fóssil significativo na América do Sul, especialmente do período Triássico, crucial para compreender a origem dos dinossauros. No Rio Grande do Sul e nas províncias argentinas de San Juan e La Rioja, foram encontrados fósseis com aproximadamente 230 milhões de anos, incluindo os mais antigos dinossauros do mundo. Além disso, o Rio Grande do Sul abriga fósseis ainda mais antigos, preservando possíveis ancestrais dos dinossauros.

Tanto o Brasil quanto a Argentina buscam demonstrar como a diversidade da vida evoluiu ao longo do tempo, além de entender o surgimento e a extinção dos dinossauros. A preservação desse patrimônio fóssil é essencial para compreender a evolução desses grupos e a história da vida na Terra, assim como seu futuro.

Voltaire e Arielli estão envolvidos em um projeto em parceria com a Universidade Federal do Pampa e a Universidade de Harvard, idealizado pelo professor Felipe Pinheiro e pela professora Stephanie Pierce. O projeto investiga os fósseis coletados no Rio Grande do Sul, com foco nos períodos Permiano e Triássico. Antes dessa pesquisa, apenas cerca de 400 fósseis da região eram conhecidos. Agora, o estudo revelou mais de 4 mil fósseis, desde fragmentos ósseos até esqueletos completos. Curiosamente, quase metade desses fósseis foram coletados pelos padres Abrão e Daniel Cargnin, que tiveram um papel fundamental na preservação desse patrimônio paleontológico.

A coleção paleontológica do Museu Vicente Pallotti se destaca pela presença de fósseis significativos, incluindo alguns dos mais antigos dinossauros do mundo, além de dicinodontes e rincossauros. Isso motivou a curadora Danielli Sanches a remodelar a exposição, que agora apresenta os fósseis de forma cronológica, contando parte dessa fascinante história e refletindo o importante patrimônio fossilífero do Rio Grande do Sul e da América do Sul.

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Por Pe. Judinei Vanzeto, SAC - Jornalista