Nestes dias Padre Selvino encontra-se em seu período de férias no Brasil e conta um pouco sobre sua vivência missionária na Paróquia de Santa Maria Mãe de Deus, em Namuro, Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Quanto a missão posso dizer que estou contente, a experiência está sendo muito boa. Gosto de ser missionário e me sinto feliz por estar na missão. Os desafios podem, muitas vezes, até serem diferentes, especialmente no referente à questão cultural, mas tudo é possível de superar e de conseguir uma harmonia. A linguagem do amor, do acolhimento e da humildade todos entendem.

Estou tendo a oportunidade de viver em realidades e culturas diferentes dentro da missão. Até final do ano passado, vivi no sul do país onde nossa presença palotina completou 25 anos, onde há uma boa organização e muitas lideranças que desempenham sua missão de batizados. Uma realidade social um pouco mais desenvolvida. Já no norte a realidade é distinta e cultura diferente onde vive o povo Macua. Mas também é um povo acolhedor. 

Lá sinto que os desafios são bem maiores, tanto na realidade religiosa como na social. Um contexto de maiores dificuldades, um povo que sofre com pobreza material e tem a insegurança de ameaças terroristas, pois muitas pessoas das aldeias tiveram que abandonar seus lares. 

Como missionário me sinto muitas vezes sem saber o que fazer a não ser uma presença amiga e de transmitir as palavras do Senhor para não se perder a esperança. Apesar de todo sofrimento das pessoas, percebo a grande fé e esperança deste povo que se alegra e vibra com as coisas simples da vida. 

O maior ensinamento que tiro para minha vida é do desprendimento. Para ser missionário é preciso estar desprendido de muitas coisas e estar aberto para viver uma vida simples, mas que dá muita alegria no coração e energia para viver o chamado do Senhor. 

Para o missionário as dificuldades e desafios são diários e também sempre um novo aprendizado. Agradeço o apoio de todos e as orações que nos fortalecem na missão.